1.
(Unesp 2014) Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses
Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o
bem comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos morais a decisão que
diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da
situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às reservas indígenas
uma extensão de terra equivalente a 13% do território nacional, quase o dobro
do espaço destinado à agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a
população indígena é o dobro da média nacional e, em algumas etnias, 90% dos
integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um ponto em que
o cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade
dos índios não é proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar.
(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)
A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada em
a)
uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores
conjunturais e históricos.
b)
critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e
benefícios.
c)
princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do
respeito à vida humana.
d)
uma análise dialética das condições econômicas geradoras de
desigualdades sociais.
e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica.
2. (Ufsc 2022) No prefácio à segunda
edição e na introdução da obra Crítica da
razão pura, Kant afirma que:
01)
a Metafísica tradicional, ao longo da história, atingiu o caminho seguro
da ciência, assim como a Matemática.
02)
conhecimentos a priori
dependem da experiência para existirem.
04)
para Kant, o procedimento adotado na Metafísica sempre constituíra, sem
dúvida alguma, um mero tatear e, o que é pior, sob simples conceitos.
08)
Kant afirma que seu objetivo é tentar mudar o procedimento tradicional
da Metafísica e promover, assim, uma completa revolução nela.
16)
conhecimentos empíricos possuem as suas fontes a posteriori, ou seja, na experiência.
32) no fim da introdução, Kant afirma que a Metafísica é mais confiável que ciências como a Matemática e a Física, pois a Metafísica é a ciência do “ser enquanto ser”.
3. (Integrado - Medicina 2021) Acerca das noções políticas na contemporaneidade ocidental, leia o trecho a seguir.
Não pode haver agora nenhuma dúvida de que o caráter do tipo passivo é preferido pelo governo de um ou de poucos. Governantes irresponsáveis necessitam da aquiescência dos governados muito mais do que de sua atividade, a não ser aquela que podem controlar.
Sobre os pensamentos de Stuart Mill, analise as afirmativas a seguir e assinale a CORRETA.
a)
A lógica política liberal de Stuart permitia a compreensão de um Estado
forte, interventor e até repressor nas questões econômicas, sociais e
culturais, com forte e ativa participação popular.
b) Mill defendia a ampla participação dos governados dentro de um Governo, inclusive no século XIX, a participação das mulheres. A não participação de todos os governados poderia criar uma tirania e a supressão dos direitos individuais e sociais.
c)
Um dos idealizadores do socialismo do século XIX, Stuart Mill previu a
queda das instituições liberais e a ascensão de governos totalitários no século
XX devido a uma massiva participação política da população ocidental.
d)
Mill defendia fortemente os ideais liberais, promovendo a liberdade
individual e o desaparecimento das instituições estatais que buscassem de
alguma forma influenciar ou defender as liberdades políticas dos indivíduos.
e) Segundo Mill, a relação entre a democracia e a representação cidadã é trivial. A democracia enquanto instituição política funciona de maneira autônoma, ou seja, está dada desde sua origem, não podendo ser modificada ou aperfeiçoada.
4.
(Uem 2019) A
respeito do utilitarismo ético proveniente dos filósofos Jeremy Bentham e John
Stuart Mill, assinale o que for correto.
01)
O utilitarismo surgiu na Inglaterra no século XIX, onde florescia o
capitalismo industrial.
02)
O utilitarismo é uma versão moderna dos pensamentos cirenaico e
epicurista.
04)
A finalidade da ação humana é produzir a felicidade pelo prazer e pela
ausência de dor.
08)
A felicidade em si mesma não é nada; o que conta é o conjunto dos
prazeres ou a ausência de dor.
16) O utilitarismo ético é uma das formas das teorias deontológicas.
5. (Uem 2018) “O assunto deste ensaio não é assim a chamada Liberdade da Vontade, tão desgraçadamente oposta à doutrina erroneamente intitulada Necessidade Filosófica, mas a Liberdade Civil ou Social: a natureza e os limites do poder que pode ser legitimamente exercido pela sociedade sobre o indivíduo. Uma questão raramente colocada, e mesmo dificilmente discutida, em termos gerais, mas que influencia profundamente as controvérsias práticas contemporâneas pela sua presença latente e que provavelmente logo se fará reconhecida como a questão vital do futuro. Ela está tão longe de ser nova que, num certo sentido, dividiu a humanidade desde as eras mais remotas; mas no estágio de progresso no qual as parcelas mais civilizadas da espécie agora entraram, ela se apresenta sob novas condições e exige um tratamento diferente e mais fundamental.”
(MILL,
J. S. Sobre a liberdade. In: WEFFORT, F. Os clássicos da política. São
Paulo: Ática, p. 200).
A partir do texto acima e de seus conhecimentos acerca do liberalismo, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01)
A liberdade civil ou social, para John Stuart Mill, não pode se opor à
liberdade da vontade dos indivíduos.
02)
A liberdade dos indivíduos, para John Stuart Mill, é algo que
possibilitará ao homem alcançar a felicidade em sociedade.
04)
Democracia e liberdades cívicas não ocupam um lugar de destaque no
liberalismo de John Stuart Mill.
08)
Transformações políticas e econômicas da Inglaterra no tempo de John
Stuart Mill são fundamentais para o desenvolvimento de suas posições políticas
e filosóficas.
16) O indivíduo existe para o grupo social, de modo que suas ações devem espelhar o grupo do qual participa.
6.
(Unioeste 2017) Texto 1
“Por princípio da
utilidade entende-se aquele princípio que aprova ou desaprova qualquer ação,
segundo a tendência que tem a aumentar ou a diminuir a felicidade da pessoa
cujo interesse está em jogo, ou, o que é a mesma coisa em outros termos,
segundo a tendência de promover ou comprometer a referida felicidade. Digo
qualquer ação, com o que tenciono dizer que isto vale não somente para qualquer
ação de um indivíduo particular, mas também de qualquer ato ou medida de
governo. [...] A comunidade constitui um corpo fictício, composto de
pessoas individuais que se consideram como constituindo os seus membros.
Qual é, nesse caso, o interesse da comunidade? A soma dos interesses dos
diversos membros que integram a referida comunidade”.
BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 10.
Texto 2
“Para
compreendermos o valor que Mill atribui à democracia, é necessário observar com
mais atenção a sua concepção de sociedade e indivíduo [...]. O governo
democrático é melhor porque nele encontramos as condições que favorecem o
desenvolvimento das capacidades de cada cidadão”.
WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política 2. 3 ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 197-98.
Sobre o
utilitarismo e o pensamento de Bentham e Stuart Mill, é INCORRETO afirmar.
a)
Para o utilitarismo clássico, o principal
critério para a moralidade é o princípio da utilidade, que defende como morais
as ações que promovem a felicidade e o bem-estar para o maior número de pessoas
envolvidas.
b)
Para os utilitaristas Bentham e Stuart Mill,
uma ação é considerada moralmente correta se promove a felicidade e o bem-estar
para o indivíduo, não importando suas consequências em relação ao conjunto da
sociedade.
c)
Utilitaristas como Bentham defendem que o
papel do legislador é o de produzir leis que sejam do interesse dos indivíduos
que constituem uma comunidade e que resultem na maior felicidade para o maior
número deles.
d)
O pensamento de Stuart Mill propõe mudanças
importantes à agenda política, na medida em que reconhece que a participação
política não pode ser tomada como privilégio de poucos. O Estado deverá,
portanto, adotar mecanismos que garantam a institucionalização da participação
mais ampliada dos cidadãos.
e) Enquanto Bentham defendia a democracia representativa como sendo uma forma de impedir que os governos imponham seus interesses aos do povo, Stuart Mill defende tal forma de governo como a melhor forma para se controlar os governantes e ao mesmo tempo aumentar a riqueza total da sociedade.
7.
(Enem 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão
de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é
a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao
decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta
promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão
afetados.
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma
a)
fundamentação científica de viés positivista.
b)
convenção social de orientação normativa.
c)
transgressão comportamental religiosa.
d)
racionalidade de caráter pragmático.
e) inclinação de natureza passional.
8.
(Unesp 2015) Numa
decisão para lá de polêmica, o juiz federal Eugênio Rosa de Araújo, da 17.ª
Vara Federal do Rio, indeferiu pedido do Ministério Público para que fossem
retirados da rede vídeos tidos como ofensivos à umbanda e ao candomblé. No
despacho, o magistrado afirmou que esses sistemas de crenças “não contêm os
traços necessários de uma religião” por não terem um texto-base, uma estrutura
hierárquica nem “um Deus a ser venerado”. Para mim, esse é um belo caso de
conclusão certa pelas razões erradas. Creio que o juiz agiu bem ao não censurar
os filmes, mas meteu os pés pelas mãos ao justificar a decisão. Ao contrário do
Ministério Público, não penso que religiões devam ser imunes à crítica. Se
algum evangélico julga que o candomblé está associado ao diabo, deve ter a
liberdade de dizê-lo. Como não podemos nem sequer estabelecer se Deus e o
demônio existem, o mais lógico é que prevaleça a liberdade de dizer qualquer
coisa.
O núcleo filosófico da argumentação do autor do texto é de natureza
a)
liberal.
b)
marxista.
c)
totalitária.
d)
teológica.
e)
anarquista.
9. (Ufsm 2013) Os filósofos Ame Naess e George Sessions propuseram, em 1984, diversos princípios para uma ética ecológica profunda, entre os quais se encontra o seguinte:
O
bem-estar e o florescimento da vida humana e não humana na Terra têm valor em
si mesmos. Esses valores são independentes da utilidade do mundo não humano
para finalidades humanas.
Considere as seguintes afirmações:
I. A ética kantiana não se baseia no valor de utilidade das ações.
II. “Valor intrínseco” é um sinônimo para “valor em si mesmo”.
III. A ética utilitarista rejeita a concepção de que as ações têm valor
em si mesmas.
Está(ão) correta(s)
a)
apenas I.
b)
apenas II.
c)
apenas III.
d)
apenas I e II.
e) I, II e III.
10. (Enem 2013) O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia de arquitetura!
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos
a)
religiosos, que se constituem como um olho
divino controlador que tudo vê.
b)
ideológicos, que estabelecem limites pela
alienação, impedindo a visão da dominação sofrida.
c)
repressivos, que perpetuam as relações de
dominação entre os homens por meio da tortura física.
d)
sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo
por meio do olhar como instrumento de controle.
e)
consensuais, que pactuam acordos com base na
compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas.
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