1.
(Uepg-pss 1 2022) Sobre os mitos gregos, assinale o que for correto.
01)
Eles apresentam uma religião de base politeísta.
02)
Eles trazem também em suas narrativas a representação de fenômenos da
natureza.
04)
Eles se baseiam numa teologia monoteísta.
08)
A religião politeísta apresentada na mitologia grega traz o antropomorfismo
como uma de suas características.
A soma das opções corretas é:
a)
01 + 02 + 04 = 07
b)
01 + 02 = 03
c)
02 + 04 = 06
d)
01 + 02 + 08 = 11.
e) 01 + 04 + 08 = 13
2.
(Uepg-pss 1 2022) Com relação à compreensão filosófica do mito,
assinale o que for correto.
01)
O mito é um tipo de pensamento por imagens.
02)
Nunca houve nenhuma tentativa filosófica de se compreender o mito.
04)
O mito é uma forma de discurso que representa e encarna um sentido
vivido (vivenciado).
08) Pode-se dizer que a consciência mítica é uma forma espontânea de ser (sujeito) no mundo.
A soma das opções corretas é:
a)
04 + 08 = 12.
b) 01
+ 02 + 04 = 07
c)
02 + 04 = 06
d) 04
+ 08 = 12
e) 02 + 04 + 08 = 14
3.
(Uepg-pss 1 2020) Com relação à mitologia grega, assinale o que for
correto.
01)
Sófocles utiliza a tragédia “Édipo Rei”, como um meio de refletir sobre
o posicionamento do homem em relação às normas e sua demonstração de
responsabilidade e culpa.
02)
A mitologia grega está relacionada aos cultos (aos vários deuses, heróis
e semideuses) que eram realizados pelos gregos.
04)
Os relatos expostos na mitologia grega trouxeram grandes inspirações e
influências sobre as obras artísticas ocidentais.
08)
O termo mitologia refere-se a um conjunto de lendas atreladas às
crenças.
A soma das opções corretas é:
a)
Somente 01
b) Somente
02 + 04 = 06
c)
Todas 01 + 02 + 04 + 08 = 15.
d) Apenas
04 + 08 = 12
e) Apenas 01 + 02 + 08 = 11
4. (Uepg-pss 1 2019) Sobre
mito e filosofia, assinale o que for correto.
01)
A filosofia é uma cosmogonia atrelada a uma teogonia, pois traz uma
explicação racional sobre a origem do mundo, a partir das narrativas
míticas.
02)
A filosofia é uma cosmologia e os mitos são cosmogonias e
teogonias.
04)
A filosofia exige uma explicação coerente, lógica e racional.
08) A filosofia é uma cosmologia, pois explica a origem do mundo baseando-se na razão, não admitindo contradições.
A soma das opções corretas é:
a) 01
+ 02 + 04 = 07
b) 02
+ 04 = 06
c) 02
+ 04 + 08 = 14.
d) 01
+ 02 + 08 = 11
e) 04 + 08 = 12
5.
(Uece 2019) “Como se sabe, a palavra mythos raramente
foi empregada por Heródoto (apenas duas vezes). Caracterizar um logos (narrativa)
como mythos era para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso e
inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível, um mythos
não pode ser provado.”
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.
Sobre
a diferença entre mythos e logos acima sugerida, é INCORRETO
afirmar que
a)
o problema do mythos era limitar-se ao que é visível e, por isso,
não podia ser pensado.
b)
filosofia e história nasceram, na Grécia clássica, com base numa mesma
reivindicação do logos contra o mythos.
c)
o mythos não poderia ser submetido à clarificação argumentativa e
à prova — demonstração — discursiva.
d) em contraposição ao mythos, o logos era um uso argumentativo da linguagem, capaz de criar as condições do convencimento.
6. (Upe-ssa 1 2016) Sobre o conhecimento mitológico, atente ao texto a seguir:
Para
os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que
recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma
narrativa feita em público, baseada, portanto, na autoridade e confiabilidade
da pessoa do narrador.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à
Filosofia, 1996, p. 28).
Sobre
esse aspecto do conhecimento mitológico, é CORRETO afirmar que
a)
a função do mito é obscura, e o discurso a ele referente, pronunciado
pela autoridade, está fundado na realidade e não explica a existência.
b)
o mito retrata um tipo de compreensão não significativa, possibilitando
ao homem viver e lutar contra tudo o que lhe é contraditório.
c)
na narrativa mitológica, proferida para os ouvintes, está presente o
puro delírio da fantasia e a confiabilidade na pessoa do narrador.
d)
a narrativa do mito é baseada na lógica da abstração e deixa, à margem,
o desejo de dominação do mundo.
e) o mito revela alguma coisa que é aceita sem contestação nem questionamento. Trata-se, portanto, de uma primeira narrativa que atribui sentido ao mundo.
7. (Upe-ssa 1 2017) Sobre o Mito no mundo atual, considere o texto a seguir:
Os
meios de comunicação (televisão, jornais, etc.) utilizam a palavra Mito com um
significado diferente, quando se referem a artistas, que, num determinado
momento, ganham destaque por causa de um filme ou música de sucesso. Mas, mesmo
nesse caso, os “Mitos” do mundo artístico são assim chamados, porque atribuímos
a eles qualidades que consideramos dignas de um deus.
Assim, é CORRETO afirmar que no mundo atual
a)
o Mito narra as habilidades divinas, transmitidas aos homens pelos
deuses.
b)
o Mito retrata tanto a significância quanto a primeira atribuição de
sentido ao mundo.
c)
o Mito tem importância pelo fato de ser a primeira forma de dar
significado ao mundo.
d)
o Mito na totalidade do real, não apresenta mais abrangência nem o
distintivo existencial que havia na sua origem, isto é, no Mito primitivo.
e) o Mito possibilita ao homem lutar e viver criticamente contra tudo o que lhe é adverso.
8. (Uenp) Conosco homens, aí se diz, se passa o
mesmo que com prisioneiros, que se achassem numa caverna subterrânea,
encadeados, desde o nascimento, a um banco, de modo a nunca poderem voltar-se,
e assim só poderem ver a parede oposta à entrada. Por detrás deles, na entrada
da caverna, corre por toda a largura dela, um muro da altura de um homem, e por
trás deste, arde uma fogueira. Se entre esta e o muro passarem homens transportando
imagens, estátuas, figuras de animais, utensílios etc, que ultrapassem a altura
do muro, então as sombras desses objetos, que o fogo faz aparecerem, se
projetam na parede da caverna, e os prisioneiros também percebem, além da
sombra, o eco das palavras pronunciadas pelos homens que passam. Como esses
prisioneiros nunca perceberam outra coisa senão as sombras e o eco, têm eles
essas imagens pela verdadeira realidade. Se eles pudessem, por uma vez,
voltar-se e contemplar, a luz do fogo, os próprios objetos, cujas sombras foram
apenas o que até agora viram; e se pudessem ouvir diretamente os sons, além dos
ecos até então ouvidos, sem dúvida ficariam atônitos com essa nova realidade.
Mas se além disso pudessem, fora da caverna e à luz do sol, contemplar os próprios
homens vivos, bem como os animais e as coisas reais, de que as figuras
projetadas na caverna eram apenas cópias, então ficariam de todo fascinados com
essa realidade de forma tão diversa.
PLATÃO, 7.º livro da República, p.514 ss.
Relacionando o fragmento de texto de Platão e a
tirinha da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, com os seus conhecimentos
sobre o Mito da Caverna, assinale a alternativa incorreta.
a) Os homens acorrentados no fundo da caverna são aqueles que passam a vida
contemplando sombras, acreditando que elas correspondem à realidade e à
verdade.
b) Para Platão existem três níveis de conhecimento: o primeiro é chamado
de agnosis, que significa ignorância, e corresponde ao estágio dos homens no
interior da caverna; o segundo é denominado de doxa, ou opinião, e é o primeiro
estágio de conhecimento, que se forma logo após os homens saírem da caverna e
contemplarem a realidade; o terceiro é designado pela palavra grega epistheme,
que significa ciência, ou o conhecimento em sua integralidade.
c) Para Platão existe um único mundo sensível e inteligível, de forma
que os homens devem aprender com a experiência a distinguir o conhecimento
verdadeiro de impressões falsas dos sentidos.
d) O visível, para Platão, corresponde ao império dos sentidos captado
pelo olhar e dominado pela subjetividade. É o reino do homem comum preso, às
coisas do cotidiano.
e) O inteligível, para Platão, diz respeito à razão. É o reino do homem sábio, que desconfia das primeiras impressões e busca um conhecimento das causas da realidade.
9. (Unioeste 2013) “Não é fácil definir se a
ideia dos poemas homéricos, segundo a qual o Oceano é a origem de todas as
coisas, difere da concepção de Tales, que considera a água o princípio original
do mundo; seja como for, é evidente que a representação do mar inesgotável
colaborou para a sua expressão. Em todas as partes da Teogonia, de Hesíodo,
reina a vontade expressa de uma compreensão construtiva e uma perfeita
coerência na ordem racional e na formulação dos problemas. Por outro lado, a
sua cosmologia ainda apresenta uma irreprimível pujança de criação mitológica,
que, muito mais tarde, ainda age sobre as doutrinas dos “fisiólogos”, nos
primórdios da filosofia “científica”, e sem a qual não se poderia conceber a
atividade prodigiosa que se expande na criação das concepções filosóficas do
período mais antigo da ciência”
Werner Jaeger.
Considerando o texto acima sobre o surgimento da
filosofia na Grécia, seguem as afirmativas abaixo:
I. O surgimento da filosofia não coincide com o início do uso do
pensamento racional.
II. O surgimento da filosofia não coincide com o fim do uso do
pensamento mítico.
III. Tales de Mileto, no século VI a.C., ao propor a água como princípio
original do mundo, rompe, definitivamente, com o pensamento mítico.
IV. Mitos estão presentes ainda nos textos filosóficos de Platão (século
IV a.C.), como, por exemplo, o mito do julgamento das almas.
V. Os primeiros filósofos gregos, chamados “pré-socráticos”, em sua reflexão, não se ocupavam da natureza (Physis).
Das afirmativas feitas acima
b) apenas as afirmações III e V estão corretas.
c) apenas as afirmações II e IV estão corretas.
d) apenas as afirmações I, II e IV estão corretas.
e) apenas as afirmações I, III e V estão corretas.
10. (Ufu 2013) A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está substancialmente ancorada num exercício especulativo-racional. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica (porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a alternativa correta.
a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto
primitivo, próprio de sociedades selvagens.
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua
especulação teórica e adotando a sua metodologia.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio importante de difusão
e manutenção de um saber prático fundamental para a vida cotidiana.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e radical, baseada no logos.
11. (Unicentro 2010) “Os poemas homéricos têm
por fundamento uma visão de mundo clara e coerente. Manifestam-na quase a cada
verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de importante – é,
antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter particular.
Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da
religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e
coerente. Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um
dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e
pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em termos amplos
e no essencial, os testemunhos não se contradizem. É possível, com rigoroso
método, reuni-los, ordená-los, fazer-lhes o cômputo, e assim eles nos dão
respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a
liberdade e o destino (...).”
(OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 11.)
Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a
função dos mitos na Grécia arcaica, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam
interferir no destino dos humanos e, assim, a determinação divina (ananque) se
colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe) quem governava, isto
é, possuía a função de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento
de sua livre ação.
b) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem
grego para o pleno exercício da atividade racional que surgiria no século VI
a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e helenistas, não houve uma
ruptura na passagem do mito para o logos, mas sim um processo gradual e
contínuo de enraizamento histórico que culminou no advento da filosofia.
c) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão
de mundo que o homem grego arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe
conceitos importantes como harmonia, proporção e questionamentos a respeito dos
princípios, das causas e do porquê das coisas. Embora todas essas instâncias
apresentavam-se como tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico,
fictício e fabular em que eram narrados.
d) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia,
Homero inaugura uma modalidade literária bem singular no ocidente. As ações dos
deuses e dos homens, por exemplo, sempre obedeceram a uma ordem
pré-estabelecida, a qual sempre revelou uma lógica racional em
funcionamento.
e) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter teórico e abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia grega.
12. (Uenp 2010) Sobre a religião dos gregos,
assinale a alternativa correta.
a) A mitologia está estritamente associada à religião.
b) A religião está associada à vida prática do grego, e transcende o
ritual para ordenar todos os gestos da existência.
c) Na vida coletiva, era comum que o grego não fosse religioso.
d) A religião e a política não se misturavam entre os gregos.
e) Os deuses gregos são muito parecidos com os homens (possuem características antropomórficas), por isso o grego não se sente inferior a eles.
13. (Uenp 2009) “Dividiu-se em três partes o Universo, e cada qual logrou sua dignidade. Coube-me habitar o mar alvacento, quando se tiraram as sortes, a Hades couberam as brumosas trevas e coube a Zeus o vasto Céu, no éter, e as nuvens. A terra ainda é comum a todos, assim como o vasto Olimpo”
Segundo o texto de Homero, a origem do Universo é explicada pela divisão feita por Cronos entre seus três filhos: Poseidon, Hades e Zeus. A visão mítica revelada por relatos como esse permeou as sociedades gregas e romanas da Antiguidade e atribuiu um caráter religioso a seu legado artístico e cultural. As religiões e as mitologias são formas de explicar os mistérios do mundo que tiveram grande importância para a formação dos povos da Antiguidade. A mitologia grega, por exemplo, criou narrativas sobre a natureza, os sentimentos humanos presentes no imaginário do mundo ocidental.
Dessa perspectiva, analise os enunciados a
seguir:
I. O mito de Prometeu continua sendo lembrado na atualidade,
representando a possibilidade do ser humano de desafiar os deuses e construir a
cultura.
II. O mito de Édipo tem relação com a ideia de destino e com a
dificuldade dos seres humanos diante das dificuldades da vida.
III. Os deuses gregos eram poderosos e imortais, não tinham as fraquezas
humanas e dominavam o mundo com sua astúcia.
IV. Muitas obras da literatura grega se inspiraram nas histórias vividas
pelos mitos, com destaque especial para as obras de Homero.
V. A mitologia grega se desenvolveu sem vínculos com a religião da época; os mitos e os deuses eram cultuados de forma totalmente independente.
Assinale a alternativa correta:
b) apenas V é falsa.
c) todas são verdadeiras.
d) todas são falsas.
e) apenas I é verdadeira.
14. (Uel 2009)
Texto 1
Eis aqui, portanto, o princípio de quando se decidiu fazer o homem, e
quando se buscou o que devia entrar na carne do homem.
Havia alimentos de todos os tipos. Os animais ensinaram o caminho. E
moendo então as espigas amarelas e as espigas brancas, Ixmucaná fez nove
bebidas, e destas provieram a força do homem. Isto fizeram os progenitores,
Tepeu e Gucumatz, assim chamados.
A seguir decidiram sobre a criação e formação de nossa primeira mãe e
pai. De milho amarelo e de milho branco foi feita sua carne; de massa de milho
foram feitos seus braços e as pernas do homem. Unicamente massa de milho entrou
na carne de nossos pais.
(Adaptado: SUESS, P. Popol Vuh: Mito dos Quiché da
Guatemala sobre sua origem do milho e a criação do mundo. In: A conquista
espiritual da América Espanhola: 200 documentos – Século XVI. Petrópolis:
Vozes, 1992, p. 32-33.)
Texto 2
“Se você é o que você come, e consome comida industrializada, você é
milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano
no Brasil. Ele estima que 25% da comida industrializada nos EUA contenha milho
de alguma forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas
de uma importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e galinhas
que são alimentadas quase exclusivamente com o grão.
O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e
também porque os EUA produzem mais da metade do milho distribuído no mundo.
(Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível. Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.)
Com base nos textos 1 e 2 e nos conhecimentos sobre
as relações entre organização social e mito, é correto afirmar.
a) Os deuses maias criaram os homens dotados de livre arbítrio para, a
partir dos princípios da razão e da liberdade, ordenarem igualitariamente a
sociedade.
b) A exemplo das narrativas que predominavam no período homérico da
Grécia antiga, os mitos expressam uma forma de conhecimento científico da
realidade.
c) Na busca de um princípio fundante e ordenador de todas as coisas,
como ocorre na mitologia grega, a narrativa mítica justifica as bases da
legitimação de organização política e de coesão social.
d) Assim como nos povos Quiché da Guatemala, também os mitos gregos
procuram explicar a arché, a origem, a partir de um elemento originário onde
está presente o milho.
e) Para certas tradições de pensamento, como a da escola de Frankfurt, o iluminismo representa a superação completa do mito.
15. (Unimontes 2009) O mito é parte integrante da história da humanidade.
“Cada indivíduo deve encontrar um aspecto do mito
que se relacione com sua própria vida. Os mitos têm basicamente quatro funções.
A primeira é a função mística – e é disso que venho falando, dando conta da
maravilha que é o universo, da maravilha que é você, e vivenciando o espanto
diante do mistério. Os mitos abrem o mundo para a dimensão do mistério, para a
consciência do mistério que subjaz a todas as formas. Se isso lhe escapar, você
não terá uma mitologia. Se o mistério se manifestar através de todas as coisas,
o universo se tornará, por assim dizer, uma pintura sagrada. Você está sempre
se dirigindo ao mistério transcendente, através das circunstâncias da sua vida
verdadeira. A segunda é a dimensão cosmológica, a dimensão da qual a ciência se
ocupa, mostrando qual é a forma do universo, mas fazendo-o de uma tal maneira
que o mistério, outra vez, se manifeste. Hoje, tendemos a pensar que os
cientistas detêm todas as respostas. Mas os maiores entre eles dizem-nos: “Não,
não temos todas as respostas. Podemos dizer-lhe como a coisa funciona, mas não
o que é”. Você risca um fósforo. O que é o fogo? Você pode falar de oxidação,
mas isso não me dirá nada. A terceira função é sociológica – suporte e
validação de determinada ordem social. E aqui os mitos variam tremendamente, de
lugar para lugar. Você tem toda uma mitologia da poligamia, toda mitologia da
monogamia. Ambas satisfatórias. Depende de onde você estiver. Foi essa função
sociológica do mito que assumiu a direção do nosso mundo – e está
desatualizada. A quarta função do mito, aquela, segundo penso, com que todas as
pessoas deviam tentar se relacionar – a função pedagógica, como viver uma vida
humana sob qualquer circunstância. Os mitos podem ensinar-nos isso.”
(CAMPBELL, J. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Athenas, 1990. P. 32).
Podemos afirmar que
a) o mito é uma experiência singular que continua dando sentido à
existência humana.
b) os mitos pertencem somente a comunidades pouco evoluídas.
c) o mito morreu e não diz mais nada para a sociedade.
d) não necessitamos dos mitos e que eles são ultrapassados.
16. (Ueg 2008) Para a mitologia grega [...] “Zeus
ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Alguns deuses
disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo que havia de ruim no céu etéreo
foi expulso, ou para a prisão do tártaro ou para a terra, entre os mortais. E
os homens, o que aconteceu com eles? Quem são eles?”
VERNANT, Jean Pierre. O universo, os deuses, os
homens. São Paulo: Companhia das Letras, 2000
A ordem, em todas as suas acepções, é o grande
objeto do espanto filosófico. Causam maravilhamento a ordem das leis naturais
que a ciência descobre, a ordem manifesta nas proporções e harmonias da obra de
arte e a ordem das ações justas na vida moral e política da sociedade. Antes da
filosofia, os mitos já expressavam esse maravilhamento, porém com diferenças
importantes. Sobre esse assunto, é correto afirmar que o mito:
a) Enuncia de modo argumentativo a escala de valores de uma sociedade
pré-crítica.
b) Estabelece parâmetros de abordagem dos fenômenos naturais sobre bases
estritamente lógicas, como o princípio de não contradição.
c) Busca explicações suficientes sobre o lugar do homem no mundo,
apelando ao sagrado.
d) Possui uma grande densidade teológico-moral, dando a cada membro do grupo autonomia para decidir e atuar sem limites objetivos.
17. (Ufu 2003) “(…) Assim, a magia e a mitologia
ocupam a imensa região exterior do desconhecido, englobando o pequeno campo do
conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou
além do natural; e o conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir,
não sendo da experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem
diferente e superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou
(como diziam os gregos) ‘divino’ — o mágico e o sacerdote, o poeta e o
vidente”.
CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.14-15.
A partir do texto acima, é correto afirmar que
a) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo
concreto comum.
b) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto
comum.
c) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente
a todos os homens.
d) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do sobrenatural superior.
18. (Unesp 2012) Aedo e adivinho têm em comum um
mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus
olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira
mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar
humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às
criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.)
O texto refere-se à cultura grega antiga e
menciona, entre outros aspectos,
a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das
tradições, dos mitos e da memória.
b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de
seca ou de infertilidade da terra.
c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos
aos deuses da tradição clássica.
d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da
península balcânica.
e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.
19. (Unioeste 2011) “O mito é uma narrativa. É um
discurso, uma fala. É uma forma de as sociedades espelharem suas contradições,
exprimirem seus paradoxos, dúvidas e inquietações. Pode ser visto como uma
possibilidade de se refletir sobre a existência, o cosmos, as situações de
‘estar no mundo’ ou as relações sociais”.
Everado Rocha.
Mediante essa definição geral de mito é correto
afirmar que
a) as sociedades com conhecimentos científico, tecnológico e filosófico
complexamente constituídos não possuem mitos, pois eliminaram as dúvidas e os
paradoxos.
b) Platão, um dos filósofos mais estudados e influentes do pensamento
ocidental, não recorria aos mitos em seus diálogos, apesar de ter sido o
primeiro a utilizar o termo mitologia.
c) alguns mitos oferecem modelos de vida e podem servir como referências
para a vida de muitas pessoas mesmo no século XXI.
d) as sociedades antigas, ocidentais e orientais, foram fundadas sobre o
mesmo mito primitivo, variando, apenas, os nomes de seus personagens.
e) todas as afirmações acima estão corretas.
20. (Enem 2ª aplicação 2010) “Quando Édipo nasceu,
seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia
na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordenaram
a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o
entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse.
Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus
pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia,
encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da
estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que
entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar em Tebas,
dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de
Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia”.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso em: 28/08/2010 (adaptado).
No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas
do destino e do determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam
a relação entre liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica
que toma como pressuposta a tese do determinismo é:
a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim
mesmo.” (Jean Paul Sartre)
b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva
o que quiser.” (Santo Agostinho)
c) “Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.” (Arthur Schopenhauer)
d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo.”
(Michel Foucault)
e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança.”
(Friedrich Nietzsche)
Postar um comentário:
0 comentários: