1. (Uece 2022) “A contradição aparece em todo desenvolvimento. O desenvolvimento da árvore é a negação da semente, e a floração é a negação das folhas, pois estas não marcam a mais alta e verdadeira existência da árvore; por último, a floração é negada pelo fruto. Mas este último não pode chegar à atualidade sem a precedente existência dos outros estágios.”

HEGEL, G. W. F. Introdução à história da filosofia. Trad. port. Antônio Pinto de Carvalho. Coimbra: Arménio Amado, 1961. – Adaptado

Em sua concepção dialética, Hegel explica o desenvolvimento do real, usando os termos

“negação”, “contradição” e “atualidade”, porque

a) o desenvolvimento da realidade só é possível com a negação da contradição, que o impede.   

b) a contradição, que impulsiona o desenvolvimento, só deixa de existir na atualização das potências.   

c) a contradição presente na realidade nega-a em seu estágio anterior e a eleva a outro estágio.   

d) a atualização das potências da realidade é contraditória com a negação dos estágios anteriores. 

2. (Uece 2022) “A tarefa da bela aparência artística, segundo Hegel, é libertar-nos da aparência sensorial impura e grosseira. No quadro de um mestre holandês, não é a exata reprodução dos objetos que nos agrada: é que a ‘magia da cor e da iluminação’ transfigura as pobres coisas naturais que são representadas; é que as cenas prosaicas de quermesses e bebedeiras são metamorfoseadas num ‘domingo da vida’; é que a ‘bela aparência’ torna fascinante o que, na vida, nos deixava indiferentes. Assim, a representação artística é uma negação sorrateira do sensível: ante os nossos olhos, o sensível se torna o que ele não é. Mas, é claro, é sempre ante nossos olhos que se efetua essa transmutação; é sempre no sensível que a arte critica o sensível. E porque a obra de arte se apresenta necessariamente numa matéria sensível, ela não pode ser ‘o modo de expressão mais elevado da verdade’. O fato de a obra de arte se dirigir à aísthesis (sensibilidade) constitui, para Hegel, tanto a sua essência como a sua limitação.”

LEBRUN, G. A mutação da obra de arte. In: A filosofia e sua história. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 332-333 – Adaptado. 

Conforme o texto acima, é correto afirmar que, para Hegel, a arte não pode ser o modo de expressão mais elevado da verdade, porque

a) ultrapassa o sensível, tornando-se conceitual.   

b) não abrange toda a realidade por ser sensível.   

c) se limita à pura e grosseira realidade sensível.   

d) modifica o sensível, produzindo uma ilusão.  

3. (Uece 2022) “Para Hegel, a arte apresenta a realidade e a liberdade do espírito na forma sensível. Ela apresenta imediatamente, na forma sensível, toda a gama de relações humanas, com seus sentimentos, ações, paixões, conflitos, estados etc. Diferentemente, a filosofia apreende toda essa mesma realidade e liberdade das relações humanas no pensamento, a partir do pensamento, no conceito.”

SILVA FILHO, A. V. Poesia e prosa: Arte e filosofia na Estética de Hegel. Campinas, SP: Pontes, 2008. - Adaptado.

Com base na citação acima, compreende-se a metáfora hegeliana da “morte da arte” no sentido de que

a) a arte, por ser sensível, deve perecer como tudo o que é sensível perece.   

b) a apresentação sensível do real na arte é superada pela apresentação conceitual.   

c) a arte é falsa: por ser sensível, não consegue apresentar a verdade do real.   

d) o real apresentado sensivelmente pela arte é diferente do real conceitualizado.   

4. (Uece 2021) “Não existe, para Hegel, o momento em que a arte morre, ou deixa de ser arte. O que ele concebe é apenas o movimento da perda de uma espécie de ‘tarefa’ originária da intuição estética enquanto lugar de plenitude ou de satisfação plena do espírito.”

Gonçalves, Márcia C. F. A morte e a vida da arte. In: Kriterion, vol. 45, nº 109, Jan./Jun. 2004.

Segundo a interpretação acima apresentada, o tema da “morte da arte”, em Hegel, pode ser corretamente entendido da seguinte forma:

a) A arte permanece empiricamente, realmente, mas deixa de dar a conhecer a realidade do espírito.   

b) Somente algumas obras de arte, que imitam as originárias, ainda permitem conhecer o espírito. 

c) A arte permanece como representação sensível do espírito, mas há formas mais elevadas de conhecimento dele.   

d) Face à complexidade da presente vida social, espiritual, esta não pode mais ser representada artisticamente.   

5. (Pucgo 2020) O mundo contemporâneo continua tentando refletir a relação do homem com o mundo. No entanto, há muito essa relação é objeto de reflexão. Prova disso é o mito de Sísifo.

Leia com atenção o texto que se segue sobre Sísifo:

[...] A mitologia grega conta que Sísifo, por amar a vida e menosprezar os deuses e a morte, foi condenado a realizar um trabalho inútil e sem esperança por toda a eternidade. Devia empurrar, sem descanso, enorme pedra na direção do alto de uma montanha, ciente de que não alcançaria o objetivo. Ela rolaria abaixo novamente para que o absurdo herói mitológico descesse, em seguida, até a planície e empurrasse mais uma vez a enorme pedra para o alto e, assim, continuasse numa repetição monótona e interminável através dos tempos. O inferno de Sísifo era a trágica condenação de estar realizando algo, sem esperança, e que a nada levaria.

(Disponível em: http://www.cnbb.org.br/o-mito-de-sisifo/. Acesso em: 21 jul. 2019. Adaptado.)

As informações apresentadas no texto favorecem reflexão sobre o trabalho. A respeito dessa temática, marque a única alternativa correta:

a) Para Hegel, o trabalho é negativo, pois, por meio dele, não se consegue realizar enquanto indivíduo. Coisa que acontece com Sísifo.

b) Para Hegel, o trabalho é positivo, pois, por meio dele, constitui-se a identidade do indivíduo. Coisa que acontece com Sísifo.

c) Para Marx, o trabalho é negativo, pois, por meio dele, não se consegue realizar enquanto indivíduo. Coisa que acontece com Sísifo.

d) Para Marx, o trabalho é positivo, pois, por meio dele, constitui-se a identidade do indivíduo. Coisa que acontece com Sísifo.

6. (Ueg 2020) Karl Marx é considerado um dos grandes filósofos da época moderna. Em sua trajetória intelectual, ele teve grande influência de outro grande filósofo, Hegel. Existe uma polêmica sobre a posição de Marx em relação a Hegel a partir do momento em que ele fundou sua concepção materialista da história. A esse respeito, verifica-se que Marx:

a) abandonou toda discussão sobre Hegel e o hegelianismo, pois ao se tornar materialista não realizou mais discussões filosóficas, mas apenas científicas.   

b) retomou o pensamento de Hegel em sua totalidade e apenas acrescentou, a partir da dialética hegeliana, uma análise do modo de produção capitalista.    

c) aderiu ao neohegelianismo dos irmãos Bauer e Feuerbach, tornando-se um materialista dualista, unindo ideia e matéria na análise da realidade.    

d) rompeu totalmente com seu passado hegeliano e não só criticou os hegelianos como afirmou que Hegel havia se tornado um “cachorro morto”.    

e) resgatou elementos da dialética hegeliana, sendo que uma parte, o seu invólucro místico, ele descartou, mas manteve seu “núcleo racional”.    

7. (Uece 2020) Atente para a seguinte passagem da obra de W. F. Hegel:

“A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo”.

Hegel, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196.

A partir da leitura da passagem acima e considerando o pensamento hegeliano a respeito do processo de conhecimento, é correto dizer que

a) Hegel, seguindo os passos de Kant, entendia o conhecimento como um processo puramente a-histórico de tomada de consciência do mundo.   

b) a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva.   

c) Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de submissão existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do espírito do tempo. 

d) o conhecimento parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega à consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito.   

8. (Uece 2020) Relacione, corretamente, os pensadores com seus respectivos pensamentos acerca da forma como o conhecimento da realidade se verifica, numerando os parênteses abaixo, de acordo com a seguinte indicação:

1. Immanuel Kant

2. Karl Marx

3. Renè Descartes

4. G.W.F Hegel

 

(aa) A reflexão filosófica deve partir de um exame da formação da consciência e a experiência da consciência não é só uma experiência teórica: é necessariamente histórica.

(aa) Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. É a ideologia a responsável por produzir uma alienação da consciência humana de sua situação real.

(aa) É sempre possível duvidar de um princípio, questionar as bases de uma teoria. É preciso colocar em questão todo o conhecimento adquirido.

(aa) O conhecer é um ato de autodeterminação do sujeito, é anterior a toda experiência, e trata não tanto dos objetos, mas dos conceitos a priori sobre os objetos.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) 1, 3, 2, 4.   

b) 3, 1, 4, 2.   

c) 4, 2, 3, 1.   

d) 2, 4, 1, 3.   

9. (Uem 2019) As teses do filósofo alemão Immanuel Kant sobre o caráter pedagógico da arte influenciaram o movimento romântico do início do século XIX. Segundo o filósofo, o sentimento do sublime é a elevação do nosso espírito pela beleza, de forma que, diante do belo, compreendemos a proximidade entre aquilo que é humano, finito, e aquilo que é infinito, e assim nos erguemos acima do lugar-comum vulgar. Acerca das concepções estéticas do Romantismo e da filosofia alemã nos séculos XVIII e XIX, assinale o que for correto.

01) Para Kant, o sublime é um sentimento produzido pelo artista a partir do belo natural.   

02) Segundo Kant, o sentimento do sublime estimula o nosso sentimento de liberdade moral.   

04) O Romantismo buscou na cultura da Grécia Antiga um exemplo ideal de unidade entre os sentimentos e as paixões.   

08) Para Hegel, a arte é educativa porque, na progressão das diversas formas artísticas, exprime a passagem da religião natural para a religião da interioridade.   

16) O movimento romântico buscou sistematizar a construção artística por meio de regras objetivas, da mesma forma que filósofos do período, como Hegel, Fichte e Schelling, produziam tratados em que buscavam sistematizar o conhecimento filosófico.   

10. (Uem 2017) “O que é racional, é efetivo; e o que é efetivo, é racional. Nesta convicção está toda consciência desprevenida, bem como a filosofia, e é daqui que esta parte para a consideração tanto do universo espiritual quanto do natural. [...] O que importa, então, é reconhecer na aparência do temporal e do transitório a substância que é imanente, e o eterno que é presente. Com efeito, o racional, que é sinônimo da ideia, quando ele entra em sua efetividade simultaneamente na existência externa, emerge uma riqueza infinita de formas, fenômenos e configurações, e reveste o seu núcleo com uma casca multicolor, na qual a consciência inicialmente se instala, e que só o conceito transpassa, para encontrar o pulso interno e sentir igualmente o seu batimento nas configurações externas”.

HEGEL, G. F. Excertos e parágrafos traduzidos. In MARÇAL, J. Antologia de textos filosóficos. Curitiba: Seed, 2009, p. 313 e 314.

A partir do texto de Hegel, assinale o que for correto.

01) A filosofia não pode se ater às manifestações externas, às aparências dos fenômenos e suas diversas configurações.   

02) A imanência é uma qualidade sensível da substância, um dado exterior às coisas.   

04) O racional torna-se ideia quando a consciência ultrapassa os fenômenos e os leva ao plano dos conceitos.   

08) O processo do conhecimento parte do plano sensível, dos fenômenos, e atinge o plano do conceito, quando se torna efetivamente racional.    

16) A filosofia busca reconhecer o que permanece na substância apesar dos diversos aspectos transitórios e variáveis presentes, como a cor, a extensão, a quantidade e outros.    

11. (Unioeste 2017) Em sua crítica a Tales de Mileto, o pensador alemão Hegel afirmou que a proposição pela qual o primeiro filósofo ficou conhecido – cuja formulação seria aproximadamente ‘a água é o princípio essencial de todos os seres’ – é filosófica porque enunciaria a concepção de que tudo é um. Assim, a infinda multiplicidade dos seres remeteria a uma unidade essencial. Para Hegel, porém, esse princípio essencial deve ser absolutamente diferente dos seres que ele gera, sustenta e comanda.

Com base no que foi dito, é CORRETO afirmar:

a) Hegel concorda com a tese de Tales de que a água é o princípio essencial dos múltiplos seres. 

b) Hegel afirma que a multiplicidade não pode ser submetida a um princípio essencial.   

c) O primeiro filósofo afirma que o princípio essencial é universalmente diferente dos seres gerados.   

d) Hegel supõe que a filosofia diz a unidade dos seres, mas que a essência não é um ser entre outros.   

e) Tales se baseou na necessidade da água para os seres vivos, para fundar a filosofia da natureza.   

12. (Unesp 2017) A genuína e própria filosofia começa no Ocidente. Só no Ocidente se ergue a liberdade da autoconsciência. No esplendor do Oriente desaparece o indivíduo; só no Ocidente a luz se torna a lâmpada do pensamento que se ilumina a si própria, criando por si o seu mundo. Que um povo se reconheça livre, eis o que constitui o seu ser, o princípio de toda a sua vida moral e civil. Temos a noção do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade pessoal é a sua condição fundamental, e de que nós, por conseguinte, não podemos ser escravos. O estar às ordens de outro não constitui o nosso ser essencial, mas sim o não ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da verdadeira e própria filosofia.

(Hegel. Estética, 2000. Adaptado.)

De acordo com o texto de Hegel, a filosofia

a) visa ao estabelecimento de consciências servis e representações homogêneas.   

b) é compatível com regimes políticos baseados na censura e na opressão.   

c) valoriza as paixões e os sentimentos em detrimento da racionalidade.   

d) é inseparável da realização e expansão de potenciais de razão e de liberdade.   

e) fundamenta-se na inexistência de padrões universais de julgamento.   

13. (Ufu 2013) A dialética de Hegel: 

a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, frio-calor). 

b) é incapaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto no mundo quanto no pensamento. 

c) é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer e perecer em virtude de contradições presentes nelas. 

d) é um método (procedimento) a ser aplicado ao objeto de estudo do pesquisador. 

14. (Uem 2013) “A filosofia de Hegel constitui, assim, exemplo de um grandioso e radical investimento especulativo, qualificado como Ideia de liberdade. Ao mesmo tempo em que tem a pretensão de analisar a liberdade segundo um modo conceitual (lógico-ontológico), quer, também, compreendê-la como uma forma histórica de sua manifestação. Ou, dito de outro modo, sem abandonar o seu caráter autorreferencial (subjetivo), o filósofo pretende efetivá-la na sua necessária forma institucional (objetiva). (...) Se a liberdade subjetiva não alcançar essa dimensão e se circunscrever no âmbito dos interesses e desejos particulares dos indivíduos nas suas relações privadas, o próprio princípio da liberdade se vê ameaçado.” 

(MARÇAL, J. [org.] Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p. 309).

Com base na citação anterior, assinale o que for correto. 

01) O livre arbítrio constitui uma ameaça para a realização da liberdade. 

02) A liberdade deve ser pensada em dois planos distintos: o primeiro, autorreferencial ou subjetivo, e o segundo, institucional ou objetivo. 

04) A efetividade do Estado e das instituições sociais constitui um obstáculo para os desejos particulares dos indivíduos. 

08) O exercício da liberdade é característico de um processo historicamente definido. 

16) A liberdade é uma síntese da religião com o autoconhecimento. 

15. (Ufu 2012) O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...].

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.

Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa correta segundo a filosofia de Hegel. 

a) A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários. 

b) As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários. 

c) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade de uma vida ética. 

d) Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente. 

16. (Ueg 2011) Para Hegel, a razão é a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real. Assim, ela é a unidade entre a razão subjetiva e a razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de espírito absoluto.

Dessa forma, um evento real pode expressar e ser resultado das ideias que o precedem. Um exemplo da objetivação dessas ideias é o seguinte evento: 

a) a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, representando os ideais sionistas germânicos. 

b) a Queda de Dom Pedro I do trono brasileiro, representando a crise do sistema colonial português. 

c) a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, representando o ideal iluminista de igualdade social. 

d) a coroação de Dom Pedro II no trono brasileiro, representando a vitória dos ideais puritanos de moral. 

17. (Unicentro 2010) Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s). Em seu livro História da Filosofia, Hegel (1770-1831) declara que a filosofia moderna pode ser considerada o nascimento da filosofia propriamente dita, porque nela, segundo Hegel, pela primeira vez, os filósofos afirmam que

I. a filosofia é independente e não se submete a nenhuma autoridade que não seja a própria razão como faculdade plena de conhecimento. Isto é, os modernos são os primeiros a demonstrar que o conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho interior realizado pela razão, graças a seu próprio esforço. Só a razão conhece e somente ela pode julgar a si mesma.

II. a filosofia moderna realiza a primeira descoberta da subjetividade propriamente dita porque nela o primeiro ato do conhecimento, do qual dependerão todos os outros, é a reflexão e consciência de si reflexiva.

III. a filosofia moderna é a primeira a reconhecer que, sendo todos os seres humanos seres conscientes e racionais, todos têm igualmente o direito ao pensamento e a verdade. Segundo Hegel, essa afirmação do direito ao pensamento, unida à ideia da recusa de toda censura sobre o pensamento e palavra, seria a realização filosófica do princípio da individualidade como subjetividade livre que se relaciona livremente com a verdade. 

IV. a filosofia moderna está tão intimamente vinculada aos fundamentos da práxis humana que a ação não pode ser ignorada na determinação de seus critérios filosóficos. Para Hegel, os modernos foram os primeiros a entender que esta prática, no entanto, não deve ser considerada apenas no sentido restrito da conduta pessoal, mas na acepção mais abrangente de experiência humana em seus vários aspectos, desde histórico até o nível psicológico. 

 

a) Apenas I, III e IV. 

b) Apenas I, II e III. 

c) Apenas I. 

d) Apenas II, III e IV. 

e) Apenas IV. 

18. (Ueg 2010) Hegel, prosseguindo na árdua tarefa de unificar o dualismo de Kant, substituiu o eu de Fichte e o absoluto de Schelling por outra entidade: a ideia. A ideia, para Hegel, deve ser submetida necessariamente a um processo de evolução dialética, regido pela marcha triádica da:

a) experiência, juízo e raciocínio. 

b) realidade, crítica e conclusão. 

c) matéria, forma e reflexão. 

d) tese, antítese e síntese. 

19. (Uem 2010) Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o kantismo. Endereçou a todos a mesma crítica, a de não terem compreendido o que há de mais fundamental e essencial à razão: o fato de ela ser histórica. Com base nessa afirmação, assinale o que for correto. 

01) Ao afirmar que a razão é histórica, Hegel considera a razão como sendo relativa, isto é, não possui um caráter universal e não pode alcançar a verdade. 

02) Não há para Hegel nenhuma relação entre a razão e a realidade. Submetida às circunstâncias dos eventos históricos, a razão está condenada ao ceticismo, isto é, “ao duvidar sempre”. 

04) A identificação entre razão e história conduz Hegel a desenvolver uma concepção materialista da história e da realidade, negando entre ambas a possibilidade de uma relação dialética. 

08) No sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento. O mundo é a manifestação da ideia, o real é racional, e o racional é o real. 

16) Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã, que não é a história que anda com as pernas das ideias, mas as ideias é que andam com as pernas da história, critica, ao mesmo tempo, o idealismo e a concepção da história de Hegel e dos neo-hegelianos. 

20. (Ufpa 2009) No início do século dezenove, mais precisamente com Hegel, a arte é concebida no interior do domínio do absoluto, isto é, da verdade enquanto tal e dos elementos que a expõem. Tendo em vista essa concepção, é correto afirmar: 

a) O absoluto não se expressa, de uma vez por todas, no domínio artístico. 

b) Ao apresentar o absoluto sob forma sensível, isto é, concreta e singular, a obra de arte não efetiva a transfiguração da realidade. 

c) Na atividade artística, apenas alguns de seus traços essenciais estão ligados ao ser verdadeiro. 

d) A beleza é, enquanto produto da arte, manifestação sensível do absoluto. 

e) Na arte, a totalidade que se torna aparição cumpre suficientemente suas determinações. 

21. (Ufu 2007) Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em Marx? 

a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica, desenvolvendo o processo histórico. 

b) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe para um objetivo final, que é a concretização da Razão. 

c) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a História é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico. 

d) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo, depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção da vida material, para transformar ou retroceder historicamente. 

22. (Ufu 2005) Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação entre a filosofia e a história: “O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”.

HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 17. 

De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que

I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional.

II. a ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história.

III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente.

IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história.

Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas.

a) III e IV.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.







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