1. (Uece 2023) A pesquisa Perfil dos Entregadores Ciclistas de Apps da cidade de São Paulo, realizada pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, Aliança Bike, em 2019, feita com 270 pessoas, revelou, dentre outros resultados, o seguinte: a maioria desses trabalhadores autônomos, à época, possuíam uma jornada diária de 12 horas pelos 7 dias da semana, eram majoritariamente homens jovens e ganhavam em média R$ 936,00 mensais. Desse perfil, conclui-se que há uma grande disparidade de ganho desses entregadores comparados com os trabalhadores empregados legalmente e com direitos e, mais ainda, se considerarmos que o salário-mínimo no emprego formal no Brasil, em 2019, era de R$ 998,00 mensais com uma jornada diária de 8 horas por 6 dias semanais. No ano de 2021, a Prosus, investidora da plataforma Ifood no Brasil, declarou ter faturado 10 milhões apenas com o ramo de entregas para restaurantes parceiros da companhia. Na perspectiva de Karl Marx, todos os trabalhadores nas economias capitalistas são explorados, pois trabalham bem mais do que ganham. Isso porque o Capital apenas existe e persiste produzindo Mais-Valia na relação com o Trabalho. A Mais-Valia resulta do tempo gasto no trabalho pelo trabalhador e não pago pelos empregadores. Em resumo, ocorre quando os valores pagos aos trabalhadores são bem menores do que os valores que eles produzem.

Partindo do exposto, marque a alternativa correta.

a) Os trabalhadores de call centers não estão submetidos à produção de Mais-Valia como os entregadores de apps, pois escolhem suas jornadas de trabalho.   

b) A Mais-Valia na relação dos entregadores ciclistas com essas plataformas digitais é maior em comparação com os trabalhadores com carteira assinada.   

c) O perfil desses entregadores, como demonstra a pesquisa, aponta como a juventude tem escolhido essas novas ocupações no lugar das tradicionais.   

d) A compensação pelas longas jornadas de trabalho que esses entregadores de apps possuem ocorre por conta de benefícios, como as férias remuneradas.   

2. (Unisc 2022) Apesar das contribuições pioneiras de Auguste Comte, três teóricos foram fundamentais para o desenvolvimento da sociologia enquanto ciência social a partir da segunda metade do século XIX: Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. Em relação às teorias sociológicas desses três autores, pode-se afirmar que:

I. Émile Durkheim se preocupou em mostrar a função social das instituições sociais na dinâmica de organização e de desenvolvimento das sociedades modernas.

II. Karl Marx foi decisivo na compreensão das desigualdades sociais nas sociedades modernas, ao propor uma explicação das desigualdades entre as classes sociais centrada na dimensão cultural.

III. Max Weber contribui na compreensão da importância da religião no desenvolvimento das sociedades modernas, argumentando que os valores religiosos, uma vez interiorizados pelos indivíduos, tornam-se importantes motivos das ações, inclusive económicas.

IV. Para Karl Marx, o modo de produção capitalista tem uma característica fundamental: a mercantilização da força de trabalho, expressão de relações sociais de produção caracterizadas pela exploração e pela dominação.

V. Max Weber foi um dos teóricos que analisou o fenômeno burocrático nas sociedades modernas, argumentando que a burocracia é um sistema que prejudica o funcionamento do Estado moderno.

Assinale a alternativa correta.

a) Todas as afirmativas estão corretas.   

b) Somente as afirmativas l, IV e V estão corretas.   

c) Somente as afirmativas l, II e III estão corretas.   

d) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.   

e) Todas as afirmativas estão incorretas.   

3. (Uece 2022) As crises capitalistas têm sido comuns na história desse sistema de produção econômico pelo mundo, como a gerada pela Quebra da Bolsa de Valores de Nova York de 1929, a que se origina com a Crise do Petróleo em 1973 e, mais recentemente, as chamadas hipotecas subprime norte-americanas que estiveram na origem da crise mundial ocorrida entre 2008 e 2009. Essas hipotecas, de forma simples, concediam créditos a quem não podia pagar e, assim, transformaram em devedores indivíduos sem os requisitos necessários à concessão de um empréstimo. Para complementar, a especulação imobiliária nos EUA instigou o aumento dessas hipotecas subprime de modo artificial inflando preços na vã esperança de que esses indivíduos, sem as devidas condições financeiras, pagassem juros regularmente. Em resumo, isto acarretou uma bolha especulativa que desembocou na depressão e na mais recente crise econômica do sistema capitalista mundial com a falência de empresas e o desemprego em massa em muitos países.

Considerando o entendimento das teorias clássicas das ciências sociais acerca do fenômeno das crises no capitalismo, atente para as seguintes proposições:

I. A teoria crítica marxiana aponta como essas crises econômicas são inerentes aos processos lógicos do capitalismo e não apenas, por exemplo, à falta de gerência técnica na área da economia.

II. Durkheim adianta que nas sociedades modernas organizadas pela interdependência entre funções laborais e instituições existe o contínuo risco de anomia jurídica e moral da vida econômica.

III. A defasagem entre o poder de compra e a venda das mercadorias, como no caso das hipotecas subprime, refletem um momento normal do que Weber denominou de ética protestante do capitalismo.

IV. A Quebra da Bolsa de Nova York, a Crise do Petróleo e a bolha especulativa das hipotecas subprime nos EUA demonstram o que Durkheim e Marx teorizaram sobre a jaula de ferro das burocracias.

 

É correto o que se afirma somente em

a) I e II.   

b) III e IV.   

c) I e III.   

d) II e IV.   

4. (Upe-ssa 1 2022) Observe a imagem a seguir: 

O conceito sociológico nela destacado faz referência ao objeto de estudo da sociologia marxista, que compreende a sociedade com base na(o)

a) luta entre forças políticas do mesmo grupo, na constituição da sociedade.   

b) diálogo entre as necessidades materiais e oportunização igualitária no capitalismo industrial.   

c) história da disputa constante por interesses opostos dentro da estrutura social.   

d) excedente de meios de produção, compartilhado, de maneira equitativa, entre os grupos.   

e) pagamento da força de trabalho proporcional ao aumento do lucro.   

5. (Uece 2022) Karl Marx, filho de um pai ex-judeu que se converteu ao cristianismo para que pudesse manter o emprego que tinha, convenceu-se, desde cedo, de que as religiões, nas sociedades, apesar de oferecerem um suspiro para as pessoas que vivem em realidades sociais produtoras de sofrimentos, estavam a serviço da mistificação dessas realidades (O Livro da Sociologia, 2015). Nas sociedades capitalistas, então, para Marx, as religiões serviam de consolo e justificação e manteriam as classes trabalhadoras exploradas pelas classes dominantes e pelas lógicas do capital. As religiões, em geral, esconderiam os reais problemas que assolam as classes trabalhadoras e miseráveis nas sociedades capitalistas oferecendo falsas e alienantes esperanças de libertação e salvação após a vida terrena.

O Livro da Sociologia. São Paulo: Globo Livros, 2015.

Considerando o pensamento de Karl Marx sobre as religiões, assinale a proposição verdadeira.

a) As religiões são o alento necessário para aqueles que sofrem com a exploração capitalista e devem ser melhor defendidas dos falsos profetas.

b) As religiões foram inventadas e difundidas no mundo para o domínio social das classes trabalhadoras sobre as sociedades em que vivem.

c) Os pobres e miseráveis, diferentes dos que podem ter trabalho, encontram consolo nas crenças religiosas que prometem recompensas aos sofrimentos.

d) As religiões distorcem a realidade e fazem com que as pessoas se adequem a uma vida onde existe a exploração do trabalho e o domínio de uma classe sobre outras.

6. (Uece 2022) Karl Marx (1818-1883), em sua obra, explica as lógicas históricas e sociais que fundamentam o sistema da economia capitalista. E, para ele, dentre as razões lógicas que servem para a manutenção deste sistema econômico está o fato de que as relações sociais de produção são alienadas para a classe trabalhadora. Mas o que isto significa, mesmo? O certo é que, para Marx, a alienação no modo de produção capitalista possui um significado bem preciso. Partindo da perspectiva marxiana sobre a alienação no capitalismo, assinale a afirmação verdadeira.

a) No processo produtivo das relações sociais capitalistas, as classes donas dos meios de produção estão submetidas, de forma consciente, a todo o processo de alienação que determina o sistema econômico.   

b) O trabalhador, que é dono da força produtiva, mas não é dono dos resultados do que produz, é alienado do seu trabalho e dos frutos deste, justamente, porque a classe capitalista se apropria do que é produzido.   

c) A alienação no sistema capitalista diz respeito a um conjunto de ideias falsas que estão a serviço da dominação da classe capitalista sobre todo o resto da estrutura social e não só sobre a classe trabalhadora.   

d) O trabalhador apenas deixa de ser alienado quando possui consciência de todo o processo produtivo de que faz parte ou, de outro modo, quando participa de forma ativa e colaborativa no ambiente de trabalho.   

7. (Uece 2022) É central, na teoria do materialismo histórico dialético de Karl Marx, a relação entre capital e trabalho. Nesta perspectiva teórica, a referida relação é fundada na contradição e na exploração do capital sobre o trabalho. E é nesta relação de exploração que se explica a dominação de uma classe – a que é detentora dos meios produtivos – sobre as outras, nas sociedades modeladas, pelo sistema econômico capitalista.

Sobre a relação capital e trabalho, na teoria marxiana, é correto dizer que

a) o movimento dialético e histórico faz com que o capital seja superado pelo trabalho e este estabeleça uma outra forma de exploração.   

b) a contradição entre capital e trabalho ocorre porque há dissociação entre o produtor/trabalhador e a propriedade dos meios de produção.   

c) a realidade histórica da exploração do trabalho trata sobre a separação entre ideia e matéria na superação do trabalhador pelo capitalista.   

d) o capital é a superação dialética da exploração sobre o trabalho, o qual é alienado nas relações sociais organizadas pelo Estado.   

8. (Uece 2022) Karl Marx afirmou, em carta a um colega, que não lhe cabia o mérito de ter descoberto a existência de classes nas sociedades capitalistas e nem mesmo a luta entre elas: tais feitos seriam, segundo ele, de alguns historiadores e economistas “burgueses” que expuseram, antes dele, o desenvolvimento histórico da anatomia e das lutas das classes sociais. Contudo, há na obra marxiana uma preocupação persistente e preponderante com as condições e consequências dos antagonismos e lutas entre as duas principais classes sociais da sociedade capitalista: a classe burguesa e a classe proletária. Ainda, Marx definiu as características e os posicionamentos dessas classes na estruturação das sociedades regidas pelo modo de produção do capital.

No que diz respeito ao entendimento de Marx acerca das classes sociais nas sociedades capitalistas, é correto dizer que

a) o controle dos meios de produção é característica própria da classe burguesa, o que fundamenta a dominação desta sobre a classe do proletariado.   

b) uma das inevitáveis consequências que irão advir do fim da luta de classes é a implantação de uma sociedade capitalista liberal sem o controle estatal.   

c) a burguesia, na sociedade capitalista, procura controlar o nível de exploração do proletariado ao evitar a produção da mais-valia no processo produtivo.   

d) a classe burguesa se coloca contrária ao domínio da classe do proletariado que procura se impor como a única classe detentora da força de trabalho.   

9. (Uece 2022) Tanto para a Economia Política Clássica como para o pensamento crítico-econômico de Karl Marx, de forma geral, o trabalho é o fruto da relação entre ser humano e natureza e, também, é a fonte de criação dos valores das mercadorias produzidas em qualquer tipo de atividade econômica. E, também para essas concepções teóricas clássicas, o trabalho, em sua essência, é a fonte transformadora da natureza e do próprio modo de ser e de existir dos seres humanos em sociedade. Assim, partindo da compreensão dessas perspectivas teóricas sobre o conceito de trabalho, é correto afirmar que

a) a natureza transforma o homem de um ser meramente social para um ser econômico, comprador e vendedor de mercadorias.   

b) o trabalho é um processo natural que produz a transformação dos seres sociais em seres que reproduzem a espécie.   

c) o trabalho é um processo no qual o ser humano entra em uma relação ativa com a natureza e se constitui como um ser social.   

d) a força do trabalho é a fonte de criação de valor e de riqueza social que envolve a negação da relação do ser humano com a natureza.   

10. (Upe-ssa 2 2022) No mundo capitalista, a economia tem um papel fundamental na organização social. As dimensões sociológicas constitutivas da estrutura econômica capitalista estão apresentadas no quadro a seguir:

Para compreender a influência dessas dimensões no tipo de participação e interações, que cada estratificação social citada no quadro exerce sobre a estrutura econômica, a Sociologia elabora o conceito de

a) forças materiais.   

b) relações de produção.   

c) agrupamentos sociais.   

d) meios produtivos.   

e) materialidade psicossocial.   

11. (Uece 2022) Uma das críticas de Karl Marx ao modo de produção capitalista é o fato de que, neste sistema econômico, os trabalhadores encontram-se alienados. Contudo, o “estar alienado”, para Marx, não significa apenas uma questão de “estado mental”, mas algo que se refere à própria lógica das relações sociais de produção no capitalismo. A alienação está ligada ao processo de exploração do trabalhador e é uma consequência inevitável que ocorre quando as relações sociais são transformadas em pura relação de troca de mercadorias neste sistema econômico vigente.

No que diz respeito ao pensamento de Karl Marx sobre alienação, assinale a afirmação verdadeira.

a) O trabalhador é alienado quando grande parte daquilo que produz é apropriada pelo dono dos meios de produção.    

b) A alienação atinge, de forma igualitária, trabalhadores e capitalistas, que se alienam das relações produtivas das mercadorias.

 c) Quando a relação entre as mercadorias revela as relações sociais, as pessoas se tornam sujeitos da história, contudo, alienadas.   

d) A mercantilização aliena a vida do trabalhador, fazendo com que as mercadorias estejam subjugadas à vontade dele.

12. (Ueg 2022) Karl Marx compreende o capitalismo como um modo de produção fundamentado na extração de mais-valia oriunda da exploração do trabalho do proletariado pela burguesia. Contemporaneamente, o capitalismo assume uma forma específica de organização do trabalho que é muito bem retratada no filme Eu, Daniel Blake (Ken Loach, 2016). Este filme apresenta como personagem principal um trabalhador em busca da sobrevivência em meio às relações de trabalho na sociedade contemporânea. No filme, Daniel sofre um ataque cardíaco que o impossibilita de trabalhar e, ao mesmo tempo, ele encontra enorme dificuldade em conseguir benefícios do governo devido à burocracia. Na contemporaneidade, tal como retratado no filme citado, o capitalismo apresenta as seguintes características:

a) Estado liberal: democracia censitária; e extração de mais-valia absoluta por meio da extensão da jornada diária de trabalho até 16 horas, trabalho infantil e feminino.   

b) Estado liberal-democrático: democracia representativa; e taylorismo: redução da jornada de trabalho e aumento da produtividade por meio da extração de mais-valia relativa.   

c) Estado integracionista: integração dos trabalhadores ao consumo; e fordismo: produção em larga escala, extração de mais-valia absoluta nos países de capitalismo dominante e relativa nos países subordinados.   

d) Estado neoliberal: privatização de educação, saúde e segurança pública; e toyotismo: produção por lotes, extração de mais-valia absoluta e relativa, subemprego e desemprego estrutural.   

e) Estado de Bem-Estar Social: pleno emprego, assistência social; e fordismo: extração de mais-valia absoluta por meio da organização científica do trabalho.   

13. (Ufu 2022) O futuro terá menos empregos e mais trabalho [...]. Com o passar dos anos, os vínculos empregatícios começam a ser desfeitos, abrindo espaço para outras formas de gerar renda que não exigem presença física do funcionário. [...] Formatos tradicionais serão substituídos por contratos esporádicos e temporários, em que o vínculo entre as partes se encerra após a entrega. O expert pode trabalhar em dois, três lugares diferentes participando de projetos distintos.

RODRIGUES, Robson G. Tecnologias alteram modelos de trabalho, que passam a ser mais flexíveis. Correio Braziliense, 2018. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/>. Acesso em: 11 set. 2022.

Temos de reconhecer que nosso trabalhador sai do processo de produção diferente de quando nele entrou. [...] O contrato pelo qual ele vende sua força de trabalho ao capitalista prova – por assim dizer, põe o preto no branco – que ele dispõe livremente de si mesmo. Fechado o negócio, descobre-se que ele não era “nenhum agente livre”, que o tempo de que livremente dispõe para vender sua força de trabalho é o tempo em que é forçado a vendê-la, que, na verdade, seu parasita não o deixará “enquanto houver um músculo, um nervo, uma gota de sangue para explorar”.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013. Livro I. p. 373-374.

A partir da comparação entre a notícia sobre o avanço do modelo de trabalho flexível e as considerações de Marx acerca da posição do trabalhador no mercado capitalista, é correto concluir que, na perspectiva marxista,

a) a liberdade de escolha do local em que se realiza o trabalho impede a alienação em relação ao que é produzido.    

b) as formas flexíveis de trabalho podem aumentar a jornada de trabalho ao eliminarem a distinção entre tempo livre e tempo de trabalho.    

c) as novas tecnologias possibilitaram a flexibilização da jornada de trabalho, valorizando os direitos trabalhistas.    

d) os novos modelos de trabalho resolvem a contradição entre trabalho e lazer.   

14. (Uece 2021) Os três principais fundadores das Ciências Sociais, Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber trataram, cada qual seguindo princípios explicativos próprios, a relação entre Estado e Sociedade a partir do surgimento do mundo capitalista moderno e industrial-urbano. Os três foram testemunhas da emergência dessa modernidade para as sociedades contemporâneas e trataram de estudar e explicar sua lógica e consequências.

Considerando as abordagens teóricas desses clássicos das Ciências Sociais sobre o tema acima apresentado, assinale a afirmação verdadeira.

a) O Estado, para Marx, no mundo capitalista moderno, faz parte da infraestrutura que fundamenta a sociedade dividida em classes, a qual é parte da superestrutura do capitalismo.   

b) O Estado, para Durkheim, surge na modernidade capitalista quando as atividades na sociedade atingem determinado grau de interdependência orgânica entre indivíduos e grupos.   

c) O Estado, no capitalismo moderno, para Weber, é uma entidade coletiva que comanda a sociedade que, por sua vez, possui a legitimidade da detenção do uso da violência física.   

d) Para Marx e Durkheim, o Estado comunista seria o fim da sociedade capitalista quando se avançassem as forças da modernidade.    

15. (Uece 2021) Partido Comunista, 1848, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels:

“[...] A necessidade de mercados sempre crescentes para seus produtos impele a burguesia a conquistar todo o globo terrestre. A burguesia precisa estabelecer-se, explorar e criar vínculos em todos os lugares.”;

“Pela exploração do mercado mundial, a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. [...]. Ao invés das necessidades antigas, satisfeitas por produtos do próprio país, temos novas demandas supridas por produtos dos países mais distantes, de climas mais diversos. No lugar da tradicional autossuficiência e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. E isso tanto na produção material quanto na intelectual.”;

“[...] Sob a ameaça da ruína, a burguesia obriga todas as nações a adotarem o modo capitalista de produção; força-os a introduzir a assim chamada civilização, quer dizer, a se tornar burgueses. Em suma, ela cria um mundo a sua imagem e semelhança”.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista, 1848.

Ao tratar da expansão da classe burguesa pelo mundo, Marx e Engels, em 1848, lançaram luz sobre um fenômeno que apenas iria ser bastante estudado e debatido pelo mundo a partir do fim do século XX – quase 150 anos depois. Partindo dos trechos acima, é correto afirmar que Marx e Engels já haviam analisado o recente debate teórico a respeito da(s)

a) globalização.   

b) pós-modernidade.   

c) consequências de uma sociedade de risco.   

d) oferta e demanda na economia.   

16. (Uece 2021) Karl Marx (1818-1883) é para a Sociologia um dos mais importantes teóricos e analistas da história e do funcionamento do modo social de produção capitalista. Independentemente do fato de que Marx tenha vinculado a explicação e compreensão do capitalismo a uma visão do futuro (o porvir de uma “sociedade comunista”) e a uma vontade de ação (a revolução socialista/proletária), é inegável sua importância, ainda atualmente, para o debate sobre as lógicas e as consequências sociais desse sistema socioeconômico.

Na perspectiva teórica de Marx, que define o modo social de produção capitalista, apresentam-se como principais características

a) a propriedade privada dos meios sociais de produção; a mão de obra detentora da força de trabalho e a exploração do trabalho alheio com a extração da mais-valia.   

b) a ideologia dominante do livre comércio; o trabalhador assalariado e compra da força de trabalho, e a propriedade comunal e estatal dos meios sociais de produção.   

c) o trabalho explorado/alienado; o Estado considerado como comitê dos capitalistas; a mercantilização da vida e a consideração do trabalhador como detentor dos meios sociais de produção.   

d) a existência de classes sociais antagônicas; a ideologia dominante da revolução social proletária e a produção e socialização de lucros e dividendos das empresas.    

17. (Enem 2021) Ao mesmo tempo, graças às amplas possibilidades que tive de observar a classe média, vossa adversária, rapidamente conclui que vós tendes razão, inteira razão, em não esperar dela qualquer ajuda. Seus interesses são diametralmente opostos aos vossos, mesmo que ela procure incessantemente afirmar o contrário e vos queira persuadir que sente a maior simpatia por vossa sorte. Mas seus atos desmentem suas palavras.

ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.

No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que correspondem ao(s)

a) conceito de luta de classes.   

b) alicerce da ideia de mais-valia.   

c) fundamentos do método científico.   

d) paradigmas do processo indagativo.   

e) domínios do fetichismo da mercadoria.   

18. (Uece 2020) Segundo a teoria econômica de Karl Marx (apud SELL, 2015) o lucro do capitalista se origina da produção de Mais-Valia na exploração do seu trabalhador. Em síntese, a Mais-Valia é o tempo de trabalho não pago pelo capitalista ao trabalhador que executa horas a mais sem receber por esse tempo gasto. É o trabalho excedente não pago. Vamos imaginar que em uma jornada diária de oito (8) horas, o trabalhador receba o equivalente ao seu salário ao final do mês nas duas (2) primeiras horas deste dia. Assim, o restante das 6 horas que passa trabalhando equivale às horas a mais (a Mais-Valia) não pagas pelo patrão. E para Marx, existem dois tipos de Mais-Valia no sistema capitalista: a Mais-Valia Absoluta, que é aquela obtida pelo aumento da jornada de trabalho, sem reajuste real dos ganhos do trabalhador; e a Mais-Valia Relativa, obtida pelo aumento da produtividade do trabalhador através do uso de maquinários e tecnologias sem o acréscimo das horas de trabalho.

SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber. 7ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2015.

Assim, tendo como referência essa concepção teórica de Karl Marx sobre Mais-Valia, é correto afirmar que

a) os trabalhadores autônomos e os pequenos comerciantes vendedores do varejo, na sociedade brasileira, produzem Mais-Valia Relativa com o uso das máquinas de cartão de crédito, que lhes aumentam as vendas dos produtos.   

b) os trabalhadores das indústrias têxteis, no Brasil, combatem a produção da Mais-Valia de seus patrões quando passam a vender as peças de vestuário que produzem nas feiras populares e em bazares comunitários.   

c) o uso de novas tecnologias de informática nas 6 horas, em média, de jornada de trabalho dos operadores de telemarketing, no Brasil, diminuem consideravelmente a Mais-Valia Relativa dos empresários do setor.   

d) os entregadores de comida em bicicletas, prestadores de serviço por aplicativos, que trabalham, em média, de 10 a 12 horas/dia e, por vezes, sete dias na semana, são produtores de Mais-Valia Absoluta para as empresas a que prestam esse serviço.    

19. (Integrado - Medicina 2020) Observe, no texto a seguir, o argumento de Marx (1818-1883) a respeito da relação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho no capitalismo do século XIX.

Se o produto do trabalho não pertence ao trabalhador, se a ele se contrapõe como poder estranho, isto só é possível porque o produto do trabalho pertence a outro homem distinto do trabalhador. Se a sua atividade constitui para ele um tormento, tem de ser fonte de gozo e de prazer para outro. Só o homem, e não os deuses ou a natureza, é que pode ser este poder estranho sobre os homens.

Marx, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. Lisboa: Edições 70, 1964, p. 167.

O argumento elaborado no texto foi sintetizado por Marx no conceito de

a) fato social.
b) especialização.
c) distinção cultural.
d) ação social.
e) alienação.

20. (Enem PPL 2020) A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas. Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes.

MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as classes sociais no capitalismo decorrem da separação entre aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que

a) vendem a força de trabalho.   

b) exercem a atividade comercial.   

c) possuem os títulos de nobreza.   

d) controlam a propriedade da terra.   

e) monopolizam o mercado financeiro.   


 






Axact

Recomendamos

O espaço virtual do estudante!

Postar um comentário:

0 comentários: