1. (Unicamp 2023) De que se trata essa biopolítica, esse biopoder? A nova tecnologia do poder que se instala se dirige à multiplicidade dos homens, não na medida em que eles se resumem em corpos, mas na medida em que ela forma, ao contrário, uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios da vida, que são processos como o nascimento, a morte, a produção, a doença etc. É com o nascimento da biopolítica que se lança mão da medição estatística desses fenômenos para fins de regulamentação e de intervenção. Um novo tipo de poder que consiste em fazer viver e em deixar morrer.

(Adaptado de FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, p. 204.)

Como tecnologia de poder, a biopolítica se inscreve no corpo  

a) do indivíduo como problema existencial.   

b) da família como problema reprodutivo.   

c) da escola como problema disciplinar.   

d) da população como problema político.   


2. (Uece 2022) “Pois uma estátua não é apenas um documento histórico. Ela é sobretudo um dispositivo de celebração. Como celebração, ela naturaliza dinâmicas sociais, ela diz: ‘assim foi e assim deveria ter sido’. Um bandeirante com um trabuco na mão e olhar para frente é a celebração do ‘desbravamento’ de ‘nossas matas’. [...] Quando a ditadura militar criou o mais vil aparato de crimes contra a humanidade, dispositivo de tortura de Estado e assassinato financiado com dinheiro do empresariado paulista, não por acaso seu nome foi: Operação Bandeirante. Sim, a história é implacável. Como disse no início, o passado é o que não cessa de retornar.”

SAFATLE, Vladimir. Do direito inalienável de derrubar estátuas. In: El país, em 26-07-2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/opiniao.html.

Nas passagens acima citadas de seu artigo de opinião, o filósofo Vladimir Safatle faz uso, por duas vezes, do conceito de dispositivo. Sobre este conceito, formulado por Michel Foucault (1926-1984), é correto afirmar que

a) expressa uma forma de poder que se opõe aos sujeitos e às formas de constituição de subjetividade.   

b) são práticas, as mais diversas, que atuam na constituição, no controle e na dominação dos sujeitos.   

c) é sempre um instrumento de exercício de violência física do poder contra os dominados.   

d) mostra como o poder atua somente simbolicamente, conduzindo a uma dominação consentida. 

3. (Unesp 2022) Texto 1

A ideia do panóptico coloca no centro alguém, um olho, um olhar, um princípio de vigilância que poderá de certo modo fazer sua soberania agir sobre todos os indivíduos [situados] no interior dessa máquina de poder. Nessa medida, podemos dizer que o panóptico é o mais antigo sonho do mais antigo soberano: que nenhum dos meus súditos escape e que nenhum dos gestos de nenhum dos meus súditos me seja desconhecido.

(Michel Foucault. Segurança, território, população, 2008. Adaptado.)

Texto 2

Em 2013 as revelações de Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, deixaram a noção de transparência democrática sob suspeita. Snowden revelou que a inteligência estadunidense realizava vigilância em massa de seus aliados e adversários políticos. A espionagem ocorreu logrando acesso legal ou forçado aos servidores de boa parte das maiores empresas de internet.

(Davi Lago. “O panóptico digital: por que devemos suspeitar da palavra ‘transparência’?”. https://estadodaarte.estadao.com.br, 29.08.2019. Adaptado.)

O fenômeno retratado nos excertos implica, diretamente,

a) o reconhecimento da liberdade individual.   

b) o aperfeiçoamento da interação social.   

c) a diversificação do conhecimento popular.   

d) a ampliação de autoridade estatal.   

e) a valorização da responsabilidade coletiva.   

 

4. (Enem 2022) O leproso é visto dentro de uma prática de rejeição, ao exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa massa que não têm muita importância diferenciar; os pestilentos são considerados num policiamento tático meticuloso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se multiplica, se articula e se subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e a sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho político.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.

Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um sistema de controle que se baseia no(a):

a) Formação de sociedade disciplinar.   

b) Flexibilização do regramento social.   

c) Banimento da autoridade repressora.   

d) Condenação da degradação humana.   

e) Hierarquização da burocracia estatal.   

5. (Uece 2021) Em maio de 2021, o Brasil perdeu um de seus principais filósofos contemporâneos, o Professor Roberto Machado (UFRJ). Além de um dos mais importantes intérpretes do pensamento de Friedrich Nietzsche, também foi tradutor e responsável pela introdução, no Brasil, das filosofias de Michel Foucault e Gilles Deleuze.

Considerando os filósofos por ele estudados, assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso, o que se afirma a seguir:

(aa) O pensamento acerca das estratégias de poder disciplinar, assujeitamento e docilização dos corpos faz parte do leque conceitual do filósofo Michel Foucault.

(aa) Nietzsche é um dos pontos de inflexão na passagem do pensamento moderno ao da contemporaneidade, por suas críticas às noções de sujeito, consciência e moral.

(aa) Nietzsche e Foucault têm em comum a tese de que os poderes são múltiplos, que se opõem, se chocam e se relacionam, não existindo apenas um centro de poder.

(aa) Nietszche e Foucault, apesar das divergências entre suas filosofias, convergem no sentido de uma retomada e reaproximação do pensamento dialético hegeliano.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) V, F, V, F.   

b) F, V, F, V.   

c) V, V, V, F.   

d) F, F, F, V.   

6. (Uece 2020) Leia atentamente o seguinte excerto do texto de Michel Foucault, que expõe parte de suas análises sobre o poder:

“É preciso, em primeiro lugar, afastar uma tese muito difundida segundo a qual o poder nas sociedades burguesas e capitalistas teria negado a realidade do corpo em proveito da alma, da consciência, da identidade. Nada é mais físico, mais corporal que o exercício do poder. Uma das primeiras coisas a compreender é que o poder não está localizado no aparelho de Estado e que nada mudará na sociedade se os mecanismos de poder que funcionam fora, abaixo, ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, quotidiano, não forem modificados”.

Foucault. Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979. P.147-149. Adaptado.

Com base na passagem acima e tendo em vista a concepção de poder no pensamento de Foucault, assinale a afirmação verdadeira.

a) Em consonância com a filosofia do direito de Hegel, Foucault entendia que os diversos poderes seriam ramificações ou uma rede de poderes materializados a partir do Estado moderno.   

b) Foucault repete a noção dos filósofos contratualistas que identifica no Estado o ponto de partida necessário e absoluto de todo tipo de poder social.   

c) Tal concepção seguiu a tradição do pensamento marxista, no qual as formas de exercício do poder têm exclusiva relação com a estrutura de classes e são reproduzidas pelos aparelhos de Estado.   

d) Para Foucault, os poderes se exercem em níveis variados e em pontos diferentes da rede social como micropoderes integrados, ou não, ao Estado e através das práticas culturais.   

7. (Ufpr 2020) Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos.

(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 162.)

Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, instituições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a partir do século XVIII, os indivíduos:

a) são educados de modo a se tornarem autônomos.   

b) aprendem a conviver uns com os outros.   

c) encontram as condições de segurança e bem-estar.   

d) se tornam mais vigorosos e valentes.   

e) se fazem objeto do poder disciplinar.   

8. (Ufpr 2019) Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é esclarecimento?”, Kant afirma que o “esclarecimento é a saída do homem da menoridade”. Afirma também que a “menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia” e que “o homem é o culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta na falta, não do entendimento, mas de resolução e coragem para fazer uso dele sem a direção de outra pessoa”.

(KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 407.)

Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo do poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam [...]”, referindo-se a um corpo (homem) que se torna ao mesmo tempo analisável e manipulável.

(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M. Pondé Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.).

Com base nos dois textos e no pensamento desses filósofos, considere as afirmativas abaixo:

1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade intelectual e corresponderia à afirmação da religião como ponto de partida para o homem tomar suas principais decisões.

2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os indivíduos são responsáveis por se deixarem dirigir por outros, Foucault trata de mostrar os modos como a sociedade torna o homem manipulável.

3. Tanto Kant quanto Foucault se questionam pelo nível de autonomia do homem, ambos, porém, a partir de abordagens diferentes e chegando a conclusões diferentes.

4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica favorece o autoconhecimento e a autonomia de pensamento.

Assinale a alternativa correta.  

a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.    

b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.    

c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.   

d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.    

9. (Enem 2019) Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade – a partir, obviamente, de um certo número de regras, de estilos, que podemos encontrar no meio cultural.

FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimensão

a) legal, pautada em preceitos jurídicos.    

b) racional, baseada em pressupostos lógicos.    

c) contingencial, processada em interações sociais.    

d) transcendental, efetivada em princípios religiosos.    

e) essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas.    

10. (Enem (Libras) 2017) O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.

 

Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em

a) declínio cultural.    

b) segregação racial.   

c) redução da hierarquia.   

d) totalitarismo dos governos.    

e) modelagem dos indivíduos.   

11. (Uema 2015) Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e nas suas formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc.”

 

Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado)

Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir

a) o ideal de igualdade entre os homens.   

b) o total direito político de acordo com as etnias.   

c) as normas estabelecidas pela disciplina social.   

d) a repressão exercida pelos menos instruídos.   

e) o ideal de liberdade individual.   

12. (Pucpr 2010) Na sua obra Vigiar e punir, o filósofo francês Michel Foucault analisa as novas faces de exercício do poder disciplinar e afirma:

“Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. (...) O momento histórico das disciplinas e o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente ao aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma "anatomia política", que é também igualmente uma "mecânica do poder", está nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as técnicas, segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos "dóceis".

(Vigiar e Punir, p. 118).

Segundo essa passagem, seria correto afirmar que:

I. O texto mostra como, a partir dos séculos XVII e XVIII o corpo foi descoberto como objeto e alvo de um novo poder e de novas formas de controle, pelas quais são superadas antigas formas de domínio e instaurado um novo modelo com o fim de tornar os corpos mais dóceis.

II. O fim dessas práticas é tornar o corpo obediente e disciplinado através de um rigoroso exercício de controle sobre gestos e comportamentos. É assim que o corpo vira um novo objeto de poder.

III. Segundo o autor, essa é a primeira vez na história que o corpo se tornara objeto de poder, já que essas práticas eram comuns tanto nos regimes escravocratas quanto nos monásticos.

IV. Esses novos mecanismos de controle têm, segundo o autor, uma única motivação: o domínio do corpo para exploração econômica.  

 

a) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.   

b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras.   

c) Apenas a assertiva IV é verdadeira.   

d) Todas as assertivas são verdadeiras.   

e) Apenas a assertiva I é verdadeira.   

13. (Pucpr 2009) O indivíduo é sem dúvida o átomo fictício de uma representação “ideológica” da sociedade; mas é também uma realidade fabricada por essa tecnologia específica de poder que se chama “disciplina”.

Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p.161.

Assinale as alternativas corretas.

 

I. Foucault quer afirmar que os indivíduos, nesse modelo de sociedade, são constituídos como efeitos da atuação de estratégias de poder correlatas a técnicas de saber.

II. Para Foucault, o poder fundamentalmente reprime, recalca, censura, mascara, anulando os desejos individuais.

III. A disciplina produz realidade, produz rituais de verdade, produz indivíduos úteis e dóceis.

IV. Para Foucault, é o indivíduo que possui o poder. É ele quem dá sentido ao mundo.

V. A disciplina, como estratégia privilegiada de fabricação do indivíduo e produção de verdades, existe desde a época do cristianismo primitivo.

a) II, IV e V   

b) I e III   

c) II e III   

d) I e II   

e) III, IV e V   

14. (Pucpr 2009) Michel Foucault, em Vigiar e Punir, apresenta duas imagens de disciplina: a disciplina-bloco e a disciplina-mecanismo. Para mostrar como esses dois modelos se desenvolveram, o autor destaca dois casos: o medieval da peste e o moderno do panóptico. Assinale, portanto, a alternativa incorreta:

a) A disciplina-bloco se estabeleceu com o esquema moderno do panóptico, uma vez que a disciplina mecanismo, desenvolvida no período medieval para resolver o problema da peste, estava em falência.   

b) A disciplina-bloco se refere à instituição fechada, totalmente voltada para funções negativas, proibitivas e impeditivas.   

c) A disciplina-mecanismo é um dispositivo funcional que visa otimizar e tornar mais rápido o exercício do poder, mediante o modelo panóptico.   

d) É possível dizer que houve um processo de mudança da disciplina-bloco para a disciplina mecanismo, passando pelas etapas de inversão funcional das disciplinas, ramificação dos mecanismos e estatização dos mecanismos disciplinares.   

e) A disciplina-mecanismo tem como estratégia a vigilância múltipla, inter-relacionada e contínua, pela qual o indivíduo deve saber que é vigiado e, por consequência, o poder se exerce automaticamente.   

15. (Pucpr 2009) “O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame.”

Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p. 143.

I. Vigiar, muito mais que aplicar um olhar constante sobre o indivíduo, significa dispô-lo numa estrutura arquitetural e impessoal, na qual ele se sinta vigiado.

II. Punir é o único objetivo da disciplina.

III. Punir primeiramente tem a finalidade de uma ortopedia moral, de normalização, não somente de um comportamento, mas do conjunto da existência humana, seja obstaculizando a virtualidade de um comportamento perigoso mediante o uso de pequenas correções, seja incentivando condutas desejáveis a partir de recompensas e vantagens.

IV. O exame atua numa ampla rede de instituições psiquiátricas, pedagógicas e médicas, classificando as condutas em termos de normalidade e anormalidade.

V. Para Foucault, as ciências que tomaram o homem como objeto de saber, a partir do final do século XVIII, não têm nada a ver com a vigilância, a normalização e o exame disciplinares.

Assinale a(s) alternativa(s) correta(s):

a) II e V   

b) II e IV   

c) I e II   

d) III, IV e V   

e) I, III e IV   






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