1. (Ueg 2023) Leia o texto a seguir.
Uma das coisas de que Augusto mais se orgulhava era o fato de ter transformado Roma numa cidade de edifícios de mármore. Os romanos eram hábeis construtores e engenheiros. Como em tudo que faziam, também na construção eram meticulosos. Achavam que seu império duraria para sempre e o mesmo deveria acontecer com suas edificações.
GRANT, Neil. As conquistas romanas. São Paulo: Ática, 1999. p.
18.
Nas províncias conquistadas por Roma, a maior parte do trabalho de construção de muralhas e fortalezas era executado por
a)
pedreiros e carpinteiros profissionais que acompanhavam as fileiras das
Legiões para executar serviços de engenharia de guerra.
b)
criminosos comuns condenados a realizar trabalhos forçados como forma de
evitar a pena de morte e suplícios públicos.
c)
prisioneiros de guerra capturados durante as campanhas de ocupação das
províncias da Gália e da Trácia.
d)
escravos trazidos da Itália em grandes comitivas, uma vez que já
possuíam experiência na dinâmica de trabalho e no estilo de construção romana.
e) legionários, ensinados a considerar que o trabalho que realizavam com a colher de pedreiro era tão importante quanto o que faziam com a espada.
2.
(Mackenzie 2023) No natal do ano 800, Carlos Magno, rei dos Francos,
foi coroado Imperador do Ocidente pelo papa Leão III, em Roma. Dessa forma, o
papa reafirmava a autoridade da Igreja sobre os homens e declarava que todo poder
vinha de Deus. Mas a coroação de Carlos Magno também tinha um significado
político que era
a)
garantir a unidade da Igreja e do império em torno do Imperador do
Ocidente, descredenciando o Império Bizantino.
b)
proteger a Europa continental contra a ameaça dos vikings que já estavam
em vias de se estabelecer na Normandia.
c)
impedir novas iniciativas expansionistas do Emirado de Córdoba, que
havia sido derrotado anos atrás na batalha de Poitiers.
d)
dar legitimidade à expansão dos territórios francos em relação aos
outros reinos germânicos também estabelecidos na Europa.
e) combater a corrupção dentro da administração carolíngia com a participação mais efetiva de integrantes do clero indicados pelo papa.
3.
(Famerp 2023) Roma, surgida de uma união de povos, sabia conviver
com as diferenças e adotava, por vezes, uma engenhosa tática para evitar a
oposição e cooptar possíveis inimigos: incluir membros das elites dos povos
aliados na órbita romana, com a concessão de direitos totais ou parciais de
cidadania. Assim, havia povos que se aliavam aos romanos e seus governantes
tornavam-se seus amigos, enquanto outros lutavam e, ao perderem, eram
submetidos ao jugo romano.
(Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma, 2019.)
A
estratégia romana de absorção dos povos conquistados manifestava-se também
a)
no poderio militar, que só foi derrotado pelos exércitos espartanos no
período da República romana.
b)
na instauração das cidades-estados, que assegurou a obediência dos povos
conquistados e incorporados pelos romanos.
c)
na imposição de uma língua única, que era ensinada às crianças nas
escolas das áreas dominadas e nos territórios dos reinos aliados.
d)
no estabelecimento de um corpo jurídico unificado, que impedia o acesso
dos povos dominados à justiça e aos cargos públicos.
e)
na flexibilidade religiosa, que permitiu aos romanos dominar povos tão
variados e espalhados por vasta área geográfica.
4. (Unioeste 2023) Observe atentamente o trecho abaixo:
Às
portas de assenhorar-se de um império, Roma não tinha uma identidade definida.
A cidade era um amálgama confuso de romanos, italianos, estrangeiros, escravos
e libertos. A identidade romana teve que ser recriada para servir de parâmetro
para o Império. Nunca foi uma identidade étnica, nem monolítica, nem mesmo
imune à ação do tempo. Mas à época de Augusto houve um esforço consciente em
fixá-la dentro de certos parâmetros. Nesse processo de criação identitária,
teve um papel central a produção de uma cultura letrada latina.
GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Editora Contexto, 2014, p. 143-144.
A
respeito de autores que escreveram no período histórico do Império Romano,
assinale a alternativa CORRETA.
a)
Na época do imperador Otávio Augusto, Virgílio foi um grande poeta épico
latino, sendo ele o responsável pela composição da obra Eneida, poema
que contava as origens heroicas do povo romano.
b)
No campo da escrita histórica, Tito Lívio foi o destaque com a sua obra História
da Guerra do Peloponeso. Nela, detalhou em latim clássico como a
guerra entre os gregos e persas no século V a.C. possibilitou a fundação da
cidade de Roma.
c)
Suetônio, biógrafo da época do Imperador Constantino, escreveu a obra A
Vida dos Doze Césares. Nela relatou como a religião cristã sempre foi
defendida pelos Imperadores romanos, a exemplo de Nero e Diocleciano.
d)
Tácito escreveu a obra Histórias na época do sucessor de Otávio
Augusto, Vespasiano. Nela, contou em latim vulgar sobre os costumes do Egito
Antigo, dentro de uma perspectiva etnográfica e plural.
e) Sêneca foi um autor versátil, nos deixando por escrito tragédias, cartas e vários diálogos. Compondo na época do Imperador Teodósio, no século III d.C., todas as suas obras versaram sobre o tema das invasões bárbaras e queda do Império Romano.
5.
(Fcmscsp 2023) No século IV depois de Jesus Cristo, a religião
cristã tornou-se preponderante no Império romano de Bizâncio. Em 391, o
imperador Teodósio I decretou o fechamento de todos os templos pagãos do
Império. No Egito, os fiéis dos antigos deuses e deusas do país eram
provavelmente pouco numerosos, mas o fechamento dos templos teve uma
consequência inesperada: a escrita hieroglífica, ainda viva até aquele momento,
deixou rapidamente de ser compreendida.
(Jean Vercoutter. A la recherche de L´Égypte oubliée, 1986. Adaptado.)
As
ocorrências mencionadas no excerto
a)
aboliram os conteúdos religiosos do conjunto das representações artísticas.
b)
tiveram consequências socioculturais limitadas às civilizações da
Antiguidade.
c)
implicaram transformações históricas com mudanças culturais profundas.
d)
resultaram da imposição de uma unidade linguística aos territórios
conquistados.
e) derivaram do cumprimento dos princípios bíblicos originais pelos chefes de Estado.
6. (Unesp 2022) Roma não era apenas o parente mais violento da
Grécia Clássica, não estava apenas comprometida com engenharia, eficiência
militar e absolutismo, enquanto os gregos haviam preferido a especulação
intelectual, o teatro e a democracia.
(Mary Beard. SPQR: uma história da Roma antiga. São Paulo, 2017. Adaptado.)
O excerto critica os estereótipos de Roma e Grécia
antigas. Essa crítica justifica-se, pois
a) a
experiência democrática ateniense foi uma exceção, uma vez que a maioria das
cidades-Estado gregas desconhecia a democracia.
b) a
filosofia grega derivou principalmente da tradição do pensamento metafísico
desenvolvido no Império Romano.
c) o teatro
dramático desenvolveu-se sobretudo no Império Romano, uma vez que na Grécia
estimulava-se prioritariamente a comédia.
d) os
direitos de cidadania no Império Romano eram exercidos pelo conjunto da
população, por meio de ações políticas diretas.
e) o expansionismo imperialista romano foi diretamente determinado pelo exemplo da militarização do cotidiano imposta nas cidades gregas.
7. (Upf 2022) Um dos doutores da Igreja Cristã escreveu:
“Neste momento, Roma foi destruída sob os golpes da
invasão dos godos que o rei Alarido conduzia (410): foi um grande desastre. Os
adoradores de uma multidão de deuses falsos, que chamamos ordinariamente de
pagãos, esforçaram-se para atribuir esse desastre à religião cristã e
puseram-se a blasfemar contra o Deus verdadeiro.”
(Santo Agostinho, Retratações, II, 1)
Lendo esse excerto, pode-se concluir que:
a) Na visão
de muita gente, um dos motivos do enfraquecimento do Império Romano foi a
adoção do cristianismo.
b) Os
godos, um dos povos bárbaros que invadiram Roma, impuseram o cristianismo.
c)
O cristianismo sofreu um forte abalo, pois
foi desprezado pelos invasores.
d) Com as
invasões bárbaras, os deuses pagãos foram impostos nas regiões que eram
dominadas pelos romanos.
e) Nas regiões do Império que foram ocupadas pelos bárbaros, ocorreu um sincretismo religioso entre o cristianismo e as religiões trazidas pelos invasores.
8. (Pucpr Medicina 2022) O pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828) retratou o general Aníbal numa das mais estudadas passagens da história militar mundial. Assinale a alternativa que resume CORRETAMENTE a importância histórica de Aníbal e o contexto militar no qual atuou
a) por
episódios como a passagem do exército cartaginês pelos Alpes durante a Segunda
Guerra Púnica (218 a.C. - 201 a.C.), Aníbal é considerado um dos maiores
estrategistas da história.
b) a
crueldade de Aníbal durante a invasão de Roma na Primeira Guerra Púnica (264 e
241 a.C.) colocou o general cartaginês na galeria dos grandes tiranos da
Antiguidade.
c) o
emprego de novas técnicas de navegação e de guerra anfíbia por parte do
exército gaulês liderado por Aníbal na Guerras da Gália (58 a.C. - 51 a.C.) tornaram-no
um dos grandes nomes da guerra naval.
d) a tática
de “terra arrasada” utilizada pelo exército de Aníbal na defesa de Cartago
frente ao exército romano na Segunda Guerra Púnica (218 a.C. - 201 a.C.) é
utilizada até hoje nos conflitos terrestres, tal como na Guerra da Bósnia
(1992-1995).
e) após a transposição dos Alpes pelo exército de Aníbal, toda a parte ocidental do Mediterrâneo tornou-se domínio de Cartago e dos fenícios até a incorporação deste território por Pompeu, o Grande, em 65 a. C.
9. (Upe-ssa 1 2022) O Direito Romano é reconhecidamente uma das maiores influências que a antiga cultura latina exerce no mundo contemporâneo. Dentre as Leis das XII Tábuas (451-450 a.C.), a “fonte de todo direito público e privado” romano, algumas ainda são aplicáveis à nossa sociedade, outras, não.
Assinale a alternativa que apresenta uma lei
aplicável.
a) Não se
façam leis contra indivíduos.
b) Não se
deve adicionar ouro a um defunto.
c) Não se
enterre ou incinere homem morto na cidade.
d) Que as
mulheres não arranhem as faces nem gritem em demasia!
e) Se o pai vendeu o filho três vezes, esse filho está livre do pátrio poder.
10. (Unesp 2022) A conquista da Gália por Júlio César foi comparada,
com razão, a um genocídio, e criticada pelos próprios romanos da época, nesses
mesmos termos. Mas Roma se expandiu por um mundo de violência endêmica, de
focos rivais de poder apoiados por forças militares [...] e de mini-impérios.
(Mary Beard. SPQR: uma história da Roma Antiga, 2017.)
Segundo o excerto,
a) a
brutalidade das ações militares era incentivada pelos senadores romanos.
b) o
conceito de imperialismo foi criado a partir do expansionismo romano.
c) os
romanos celebraram acriticamente a conquista de outros territórios.
d) a
violência cotidiana era estimulada nos territórios ocupados pelos romanos.
e) os povos dos territórios ocupados pelos romanos eram militarizados.
11. (Fuvest 2022) A noção de ditadura variou ao longo da História e dependeu das características políticas de cada sociedade.
A esse respeito, assinale a alternativa correta:
a) Na Roma
Antiga, durante o período republicano, a ditadura era uma magistratura de
caráter extraordinário, delimitada legalmente e estabelecida por um período
determinado, com uma finalidade definida.
b) Com o
golpe do 18 Brumário (1799), instaurou-se uma ditadura parlamentar na França,
sob o comando de Napoleão Bonaparte, cujo objetivo fundamental era reescrever a
Constituição francesa.
c) A
ditadura militar brasileira, estabelecida em 1964, teve como característica o
poder exclusivo das Forças Armadas e o fechamento das instâncias parlamentares
durante toda a sua vigência.
d) O
conceito da ditadura do proletariado foi elaborado por Karl Marx, defendido por
anarquistas e comunistas, e previa a instauração permanente de um regime
autoritário, como o da antiga União Soviética.
e) A ditadura nazista caracterizava-se por um complexo arranjo institucional baseado na articulação política entre o Poder Executivo, as Forças Armadas, o Parlamento alemão e os poderes legislativos municipais.
12. (Uece 2021) Atente para seguinte excerto:
“[...] O ímã atrai o ferro, os vulcões entram em
erupções: fatos físicos onde alguma coisa se repete; a erupção do Vesúvio em
79: fato físico tratado como evento”.
VEYNE, Paul. Como se escreve a história. 3. ed. Brasília: Editora UnB, 1995.
O motivo que faz da erupção do Vesúvio, no ano 79
da Era Cristã, um evento presente no registro histórico, ao contrário de tantas
outras erupções de vulcões que já ocorreram, é
a) o fato
de ter causado grande impacto social, atingindo e alterando a vida de milhares
de pessoas.
b) a
localização do Vesúvio no Sul da Europa, na área do império romano, que faz
dele o mais relevante vulcão do mundo.
c) o fato
de ter sido a única erupção registrada pelo homem durante o período histórico,
posterior à invenção da escrita.
d) um equívoco metodológico da produção da história, pois todos os acontecimentos devem ser registrados.
13. (Unicamp 2021) Os aposentos comuns são aqueles aos quais o povo
pode ir, como os vestíbulos e pátios. Assim, magníficos vestíbulos, aposentos e
átrios não são necessários para as pessoas de fortuna comum, pois visitam, mas
não são visitados. As casas de banqueiros deveriam ser mais espaçosas e
vistosas, protegidas contra ladrões. Advogados e retóricos deveriam morar com
elegância. Para aqueles que ocupam cargos e magistraturas, deveriam ser feitos
vestíbulos reais, amplos e devidamente decorados com grandeza.
(Adaptado de Vitrúvio, “Sobre a Arquitetura”, em Pedro Paulo Funari, Antiguidade Clássica. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, p. 81.)
O arquiteto romano Vitrúvio expressa, em seu texto
clássico sobre os princípios da Arquitetura,
a) a
naturalização das diferenças sociais impressas na vida material, já que as
habitações ditas comuns deveriam ser simples e as dos enriquecidos deveriam ser
espaçosas e vistosas.
b) a
resistência contra as diferenças sociais impressas na vida material, já que as
habitações de pessoas de fortuna comum, magistrados e funcionários públicos
deveriam ser iguais.
c) a
percepção das diferenças sociais durante todo o Império Romano, materializadas
nas habitações, e a busca por moradias mais belas e espaçosas para todos.
d) a determinação em conservar as diferenças sociais no Império Romano, a partir de políticas públicas de construção de moradias amplas para pessoas de fortuna comum.
14. (Unisc 2021) Em 2001, a Publifolha lançou dois livros de história e filosofia política, “A Democracia” e “A República”, ambos do filósofo Renato Janine Ribeiro. Em que pese serem duas publicações independentes, os dois volumes estão estreitamente relacionados. Em “A República”, Janine estabelece uma historicização do conceito a partir da pintura abaixo:
O quadro é relacionado a um episódio da Roma
Antiga. Depois de expulso o último rei e proclamada a República, Brutus exercia
o poder executivo juntamente com outro cônsul eleito. Seus filhos, porém,
conspiraram para restaurar a dinastia dos Tarquínios, de origem etrusca e
externa à cidade. Depois de presos, o próprio pai os condena à morte. Na sua
função pública, não poderia agir de outro modo. No quadro, vemos ao fundo os
cadáveres com mulheres agonizando em sofrimento pela morte dos jovens. “No
primeiro plano, o cônsul, em silêncio, meditando – e, na sua forma discreta,
máscula, condensada, sentindo imensa dor”.
RIBEIRO, R. J. A República. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 8.
O que nos diz o quadro de Jacques Louis David em
relação ao conceito de República?
a) Que a
família na Roma Antiga era patriarcal, ou seja, toda a autoridade era delegada
ao pater famíliae que não poderia
aceitar nenhum tipo de conspiração.
b) Que a
conspiração era algo natural entre as famílias de poder na Roma Antiga e a
reação enérgica de Brutus reflete a necessidade de líderes com “pulso firme”
para manterem suas funções no sistema republicano.
c) Que o
bem público se sobrepõe ao privado, uma vez que por princípio deve-se levar ao
sacrifício as vantagens e até mesmo os afetos pessoais em prol do bem comum.
d) Que
Brutus, apesar de bom pai, tinha muito receio em ser vítima de algum golpe de
estado e agiu de forma
desproporcional ao retirar a vida dos próprios filhos.
e) Que filhos, mulheres, parentes e amigos podem participar do universo público e da tomada de decisões que constitui os princípios republicanos, mas jamais devem conspirar contra o poder do pater famíliae.
15. (Unicamp 2020) Os imperadores romanos que reinaram no século II
administraram um vasto império. Eles se tornaram mais abertamente monárquicos e
dinásticos, particularmente fora de Roma, onde não precisavam se preocupar com
os humores do Senado. Emergiu uma corte itinerante que competia por influência.
Comunidades provinciais enviavam um embaixador atrás do outro para acompanhar o
imperador onde quer que ele pudesse estar. Poderiam encontrar Adriano às
margens do Nilo ou supervisionando a construção da grande muralha que cruzava o
norte da Britânia; ajudando a projetar seu templo de Vênus diante do Coliseu;
fazendo um discurso para soldados na África. O império era governado de onde o
imperador estivesse.
(Adaptado de Greg Woolf, Roma. São Paulo: Cultrix, 2017, p. 204.)
A partir da leitura do texto, assinale a
alternativa correta.
a) O
Senado, composto por notáveis, fazia oposição à centralização do poder do
Imperador e garantia a centralidade do governo em Roma e a democratização das
decisões governamentais.
b) O
Império romano foi marcado pelas disputas de poder entre o Imperador e o
Senado. Os conflitos entre eles acabaram por resultar na diminuição do poder do
Senado no que diz respeito à administração pública.
c) O
Senado, composto por notáveis, apoiava a centralização do poder nas mãos do
Imperador. A nova estrutura política do Império permitia a mobilidade da
administração pública representada pelo Imperador.
d) O Império, governado por militares, opunha-se às comunidades provinciais. Isso levou ao desaparecimento do Senado como instituição responsável pela administração pública.
16. (Ufpr 2019) Leia o trecho abaixo, escrito por Agostinho de Hipona (354-430) em 410, sobre a devastação de Roma:
Não,
irmãos, não nego o que ocorreu em Roma. Coisas horríveis nos são anunciadas:
devastação, incêndios, rapinas, mortes e tormentos de homens. É verdade.
Ouvimos muitos relatos, gememos e muito choramos por tudo isso, não podemos
consolar-nos ante tantas desgraças que se abateram sobre a cidade.
(Santo Agostinho. Sermão sobre a devastação de Roma. Tradução de Jean Lauand. Disponível em: <http://www.hottopos.com/mp5/agostinho 1.htm#_ftn2>. Acesso em 11 de agosto de 2018.)
Considerando os conhecimentos sobre
a história do Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.) e as informações do trecho
acima, assinale a alternativa que situa o contexto histórico em que ocorreram
os problemas relatados sobre Roma e a sua consequência para o Império, entre os
séculos IV e V.
a)
Trata-se do contexto das invasões dos povos visigodos, sendo uma das
causas do final do Império Romano do Oriente.
b)
Trata-se do contexto dos saques de povos vândalos, sendo uma das causas
do final do Sacro Império Romano-Germânico.
c)
Trata-se do contexto das pilhagens de povos ostrogodos, sendo uma das
causas do final do Império Bizantino.
d)
Trata-se do contexto das incorporações de povos vikings, sendo uma das
causas do final do Sacro Império Romano do Oriente.
e) Trata-se do contexto das invasões de povos bárbaros, sendo uma das causas do final do Império Romano do Ocidente.
17. (Famema 2019) O problema das “origens” do feudalismo gerou inúmeras polêmicas sobre o fim do Império Romano no Ocidente (século V) e o surgimento das instituições feudais. Comumente, aceita-se a tese da junção de formas sociais romanas e germânicas que, justapostas, engendrariam as bases da sociedade feudal.
Outros
historiadores têm procurado ver na própria crise interna do império, particularmente
a partir do século III, as causas da decadência romana e sua fragilidade em
face dos bárbaros.
(Francisco C. T. da Silva. Sociedade feudal, 1982. Adaptado.)
As
origens do sistema feudal podem ser encontradas
a)
no declínio da escravidão no Império Romano, o que originou nova forma
de trabalho, e na noção de fidelidade pessoal dos germanos.
b)
no fracasso da reforma agrária no Império Romano, o que intensificou as
guerras civis, e na concepção de poder divino dos germanos.
c)
na assimilação dos povos dominados, que se tornaram plenos cidadãos
romanos, e na ideia de propriedade privada dos germanos.
d)
no fortalecimento da autoridade imperial, que se sobrepôs ao Senado
romano, e na tradição das leis escritas dos povos germânicos.
e) na crise dos minifúndios romanos, o que gerou intenso êxodo rural, e nas relações escravistas típicas das comunidades germânicas.
18.
(Mackenzie 2019) No processo histórico da Roma Antiga, a República,
como regime político foi substituída pelo Império. Sobre a ordem imperial, é
correto afirmar que a
a)
concentração dos poderes na figura do imperador tranquilizava a classe
dos patrícios e senadores que concordavam com esse tipo de regime que, de
acordo com eles, seria o único capaz de sufocar a anarquia e as rebeliões de
escravos.
b)
criação do império, obra elaborada pelo Primeiro e Segundo Triunvirato,
expressou o triunfo da vontade dos generais, para os quais o regime imperial
seria o tipo de governo ideal, para controlar a crise social do final da
República.
c)
base do império foi sustentada pelo poder dos camponeses romanos, nos
campos, e pela plebe nos centros urbanos, principais interessados na existência
de uma ordem que lhes assegurasse o domínio da terra e a permanência da prática
do pão e circo.
d)
vitória da participação popular no cerne da vida política marcou,
profundamente, o novo regime político, diferente do que ocorreu tanto no
período monárquico, quanto no período republicano.
e) crise econômica pelo qual Roma passava nos últimos anos da República, decorrente das inúmeras derrotas militares enfrentadas pelos romanos e os gastos despendidos para consolidar a conquista do Mediterrâneo, levaram o povo a apoiar o novo regime.
19.
(Fuvest 2019) (…)
o “arco do triunfo” é um fragmento de
muro que, embora isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...)
Os primeiros exemplos documentados são
estruturas do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do
Império, como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no
foro romano, e todos de grande beleza pela elegância de suas proporções.
PEREIRA, J. R. A., Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81.
Dentre
os vários aspectos da arquitetura romana, destaca‐se a monumentalidade de
suas construções. A relação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está
baseada
a)
no processo de formação da urbe romana e de edificação de entradas
defensivas contra invasões de povos considerados bárbaros.
b)
nas celebrações religiosas das divindades romanas vinculadas aos ritos
de fertilidade e aos seus ancestrais etruscos.
c)
nas celebrações das vitórias militares romanas que permitiram a expansão
territorial, a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema
escravista.
d)
na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos
plebeus e do alargamento da cidadania romana.
e) nos registros das perseguições ao cristianismo e da destruição de suas edificações monásticas.
20.
(Espm 2019) O ano de 509 a.C., uma
das datas mais importantes na história de Roma, marcou o fim da Monarquia e o
começo da República, a qual significou uma mudança radical na forma de governar
Roma. O governo passou a ser exercido pelos magistrados, pelo Senado e pelas
assembleias. Os magistrados detinham o poder executivo. A mais importante das
magistraturas era exercida por dois elementos que atuavam como os
representantes do conjunto dos cidadãos. Suas funções eram comandar o exército,
convocar o senado e presidir os cultos públicos. Eram os verdadeiros chefes da
República e deveriam atuar sempre de comum acordo. Nenhum deles podia tomar uma
decisão sem consultar o seu colega (o termo colega significa associado a
outro).
(Bárbara Pastor. Breve História de la Antigua Roma: Monarquia y República)
O
texto deve ser relacionado a:
a)
pretores;
b)
questores;
c)
tribunos da plebe;
d)
cônsules;
e) ditadores.
21.
(Famerp 2019) Enquanto nas cidades o poder ficou nas mãos dos
bispos, nos campos, concentrou-se na dos grandes proprietários. O governo
romano perdeu força: já não era capaz de cobrar os impostos de maneira
eficiente, nem mesmo de pagar os exércitos. Em 476, o último imperador romano
foi deposto. Era o fim do Império Romano e do mundo antigo e o início de uma
nova era, a Idade Média.
(Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado.)
A
queda do Império Romano do Ocidente foi provocada, entre outros fatores,
a)
pela fragilização do poder central, que gradualmente perdeu o controle
das províncias que compunham o Império.
b)
pelo declínio econômico das colônias asiáticas, que deixaram de fornecer
matérias-primas à capital do Império.
c)
pela hegemonia econômico-financeira da Igreja, que passou a combater
militarmente os imperadores pagãos.
d)
pelo desenvolvimento militar dos impérios macedônio e persa, que se
tornaram rivais de Roma e a derrotaram.
e) pelas invasões dos bárbaros, que saquearam o Império Romano e, assim, facilitaram sua conquista pelos hunos.
22. (Upe-ssa 1 2016)
Essa é a imagem de um mosaico elaborado na província romana da África, atuais Tunísia e Argélia, no séc. IV d.C. Ela mostra um senhor de terras vândalo, povo germânico, que conquistara a região.
Sobre essa imagem,
é CORRETO afirmar que
a) a presença do cavalo é uma clara inserção
germânica, pois os romanos não haviam domesticado o animal.
b) a casa fortificada à esquerda é uma criação
germânica, resultado da necessidade de se proteger em território
recém-conquistado.
c) a capa e as calças que o personagem usa são
tipicamente germânicas, adaptadas à vida sobre cavalos e diferentes das togas
romanas.
d) a arte do mosaico existia somente na África
do Norte, sendo desenvolvida pelos cartagineses séculos antes de
Cristo.
e) a tecnologia para a montaria, como a sela e os arreios, foi invenção germânica. Os romanos as desconheciam.
23. (IFCE 2016) “Consideremos o significado da palavra república. Ela vem do latim res publica, que quer dizer ‘coisa de todos’. Denomina, portanto, uma forma de governo em que o Estado e o poder pertencem ao povo. No entanto, o que se observou na fase inicial da república romana foi a instalação de uma organização política dominada apenas pelos patrícios. Não houve a distribuição do poder entre todos, pois a maioria da população, os plebeus, não tinha, inicialmente, o direito de participar das decisões políticas. Isso gerou grandes conflitos.”
Por conta da situação acima mencionada,
os plebeus iniciaram uma longa luta em busca dos seus direitos, sobre a qual
é incorreto afirmar-se que
a) a “Lei das XII Tábuas”, ainda que
favorecesse os patrícios, serviu para dar clareza às normas e aos
costumes.
b) a “Lei Canuleia” autorizava o casamento
entre patrícios e plebeus.
c) o “Comício da Plebe” deu aos patrícios o
direito de decidirem pelos plebeus assuntos relativos aos interesses de
ambos.
d) a “Eleição de Magistrados” deu aos plebeus
a condição de ascenderem, aos poucos, aos principais cargos
públicos.
e) a proibição da escravização por dívidas fez com que nenhum romano fosse mais escravizado por conta de dívidas existentes.
24. (Upf 2015) Leia o fragmento do documento a seguir, que trata da escravidão na Idade Antiga.
“Ao lidarmos com escravos, não
deveríamos permitir que fossem insolentes para conosco, nem deixá-los
totalmente sem controle. Aqueles cuja posição está mais próxima da dos homens
livres deveriam ser tratados com respeito; aqueles que são trabalhadores
deveriam receber mais comida. Já que o consumo de vinho também torna homens
livres insolentes [...], é claro que o vinho jamais deveria ser dado a
escravos, ou só muito raramente.”
(ARISTOTELES, in: CARDOSO, Ciro Flamarion. O trabalho compulsório na antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p. 108)
Sobre a escravidão na Antiguidade,
é correto afirmar:
a) Esteve presente com igual importância
econômica em todas as sociedades mediterrâneas.
b) Foi restrita às cidades-estados da Grécia e
à Roma republicana e imperial.
c) Foi tão importante nas sociedades do Egito
e da Mesopotâmia quanto nas da Grécia e de Roma.
d) Foi marcante nas sociedades grega e romana
só a partir de um determinado estágio do desenvolvimento de ambas, quando
surgiu a propriedade privada.
e) Era desconhecida nas chamadas sociedades hidráulicas do Egito e da Mesopotâmia e entre os hebreus e fenícios.
25. (Fatec 2015) Durante toda a História, os homens criaram tecnologias, inclusive para proteger o corpo, buscando atingir seus objetivos. Podemos ver um exemplo disso nas formações militares desenvolvidas pelos romanos, chamadas de “tartaruga” ou “testudo”. Nessas formações, a aproximação com o inimigo era facilitada por grandes escudos empunhados à frente e acima do corpo pelos soldados, como podemos ver na imagem apresentada.
Sobre o período da República Romana, em
que foram desenvolvidas as formações militares citadas, é correto afirmar que
ele foi caracterizado
a) pela expansão territorial, que levou ao
domínio de territórios na Europa e no Mediterrâneo.
b) pelo governo dos grandes imperadores, que
centralizavam o poder em todo o território romano.
c) pela predominância de Assembleias populares
e democráticas, conduzidas por senadores e magistrados.
d) pelos conflitos entre plebeus e patrícios,
visando à libertação dos escravos de origem africana.
e) pelos tratados de cooperação entre reis e senadores, para evitar guerras contra os bárbaros germânicos.
26. (IFSP 2014) A partir do século III,
o mundo romano havia cessado as guerras de conquista e reflexos negativos na
economia e na mão de obra já se faziam sentir. Entre essas dificuldades,
pode-se citar corretamente,
a) a inflação, causada pelos altos preços dos
alimentos, dada a baixa produtividade; o aumento no valor dos escravos, pela
escassez dessa mão de obra.
b) a derrota romana nas guerras Púnicas que envolveram
Roma e Cartago; o êxodo romano causado pela miséria que se instalou em Roma
após essas guerras.
c) os altos impostos instalados após a conquista da
Gália por Júlio César para que fosse aumentado o número das legiões; as
revoltas dos escravos, sendo a principal, a liderada por Espártacus.
d) a deflação no preço dos alimentos pois os
romanos após as guerras de conquista, fizeram do Mediterrâneo o mare
nostrum, intensificando o comércio com o Oriente; esse comércio provocou
uma desvalorização nos produtos romanos.
e) a escassez de alimentos no sul da Itália devido às erupções do Vesúvio que causaram o soterramento da cidade de Pompeia; grande emigração de romanos para o Oriente em busca de uma vida melhor.
27. (Mackenzie 2014) O Mar Mediterrâneo
foi a maior de todas as vias de circulação romanas e dele resultou a formação
do Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.). A respeito dessa importante conquista
para a civilização romana, assinale a alternativa correta.
a) A eliminação da hegemonia cartaginesa sobre a
região além de permitir que Roma passasse a dominar o comércio mediterrâneo,
possibilitou aumentar o dinamismo próprio da estrutura escravista, que
necessitava de mão de obra decorrentes das conquistas.
b) Após a derrota romana nas Guerras Púnicas,
quando fenícios e cartagineses ocuparam o estreito de Gibraltar, a única saída
para dar continuidade ao processo de expansão foi a conquista do mar
Mediterrâneo.
c) A explosão demográfica e os conflitos internos
com a plebe urbana exigiram medidas expansionistas por parte do governo, para
que se estabelecessem colônias romanas fora da península itálica a fim de
minimizar as tensões sociais.
d) A necessidade de expansão do cristianismo, que a
partir do século IV, tornou-se a religião oficial do império romano, implicou
na divulgação dos princípios dessa nova doutrina para os povos bárbaros.
e) A crescente produção de cereais, durante o império romano, especialmente, o trigo, levou à expansão de suas fronteiras, uma vez que era necessário ser escoado e vendido para as demais províncias romanas.
28. (Fgv 2014) O anfiteatro era,
para os romanos, parte de sua normalidade cotidiana, um lugar no qual
reafirmavam seus valores e sua concepção do “normal”. Nos anfiteatros eram expostos,
para serem supliciados, bárbaros vencidos, inimigos que se haviam insurgido
contra a ordem romana. Nos anfiteatros se supliciavam, também, bandidos e
marginais, como por vezes os cristãos, que eram jogados às feras e dados como
espetáculo, para o prazer de seus algozes ou daqueles que defendiam os valores
normais da sociedade.
(Norberto Luiz Guarinello, A normalidade da violência em Roma In http:// www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/ a_normalidade_da_violencia_em_roma.html)
Sobre as relações entre os cristãos e o
Estado Romano, é correto afirmar que
a) a violência durante a República Romana vitimou
os cristãos porque estes aceitaram a presença dos povos bárbaros dentro das
fronteiras romanas.
b) a prática do cristianismo foi tolerada em Roma desde
os primórdios dessa religião, e as ocorrências violentas podem ser consideradas
exceções.
c) o cristianismo sofreu violenta perseguição no
Império Romano pela sua recusa em aceitar a divinização dos imperadores.
d) a ação cristã foi consentida pelo poder romano,
e a violência contra a nova religião restringiu-se aos seus principais líderes.
e) a intensa violência praticada contra os seguidores do cristianismo ocorreu por um curto período, apenas durante os primeiros anos da Monarquia Romana.
29. (Ufg 2012) Leia o cartum a seguir.
O cartum trata das relações entre o
Egito, na figura da rainha Cleópatra, e Roma, na representação do general Marco
Antônio, durante a crise da República romana. Ao elaborar uma visão contemporânea
dessas relações, o cartum remete a um contexto histórico, no qual se destacava
a) o domínio de Cleópatra sobre os generais
romanos, os quais lhe concediam primazia nas conquistas territoriais.
b) a postura autoritária de Cleópatra, considerando
a ausência de legitimidade dos líderes do exército romano.
c) a atuação de Cleópatra no Senado Romano,
administrando suas disputas internas.
d) o conhecimento militar de Cleópatra, rivalizando
com a política expansionista romana.
e) a estratégia política de Cleópatra, objetivando a ampliação dos seus territórios em prejuízo dos romanos.
30. (Ufg 2006) Leia o texto a seguir:
O texto oferece subsídios para a
compreensão do processo de
a) fixação de colônias romanas nas regiões conquistadas.
b) cobrança dos tributos em escravos e em espécie
para Roma.
c) expansão romana em direção ao Norte, no final do
período republicano.
d) estabelecimento de alianças políticas de Roma
com os povos vencidos.
e) fortalecimento do poder senatorial romano em relação ao poder imperial.
31. (Fatec) A expansão romana pelo Mar
Mediterrâneo gerou importantes transformações políticas, econômicas e
sociais.
Dentre elas temos:
a) fortalecimento da família; desenvolvimento das
atividades agropastoris; grande afluxo de riquezas, provenientes das
conquistas.
b) aumento do trabalho livre; maior concentração
populacional nos campos e enriquecimento da elite patrícia.
c) influência bastante grande da cultura grega;
domínio político dos plebeus; grande moralização dos costumes.
d) fim do trabalho escravo; concentração da plebe
no campo; domínio político dos militares.
e) grande número de escravos; predomínio do comércio; êxodo rural, gerando o empobrecimento da plebe.
32. (Fgv) O Edito de Milão (313), no
processo de desenvolvimento histórico de Roma, reveste-se de grande
significado, tendo em vista que
a) combateu a heresia ariana, acabando com a força
política dos bispados de Alexandria e Antioquia.
b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo
Império Romano, terminando com a concepção de rei-deus.
c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que
então dominavam a vida religiosa.
d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de
intenso combate à expansão do cristianismo.
e) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser o protetor da Igreja.
33. (Fgv) Com a expansão do poder
romano [sob a República], tornou-se enorme a diferença entre a pequena cidade
nascida às margens do Tibre e a Roma todo-poderosa, agora senhora do
Mediterrâneo. A economia, a política, a vida social e religiosa dos romanos
passaram por profundas modificações.
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, "Toda a História")
Entre as modificações que se pode identificar
está
a) a prosperidade do conjunto da plebe, maior
beneficiária da ampliação do mercado consumidor em função das províncias
conquistadas.
b) a disseminação da pequena propriedade, com a
distribuição da terra conquistada aos legionários, maiores responsáveis pela
expansão.
c) a crescente influência cultural dos povos
conquistados, em especial os gregos, alterando as práticas religiosas
romanas.
d) o enrijecimento moral de toda a sociedade, que
passou a não mais tolerar as bacanais - festas em honra ao deus Baco.
e) a criação e consolidação do colonato como base da economia romana e sua disseminação pelas margens do mar Mediterrâneo.
34. (Fuvest) A expansão de Roma durante
a República, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou
sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais:
a) marcado processo de industrialização, êxodo
urbano, endividamento do Estado.
b) fortalecimento da classe plebeia, expansão da
pequena propriedade, propagação do cristianismo.
c) crescimento da economia agropastoril,
intensificação das exportações, aumento do trabalho livre.
d) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de
uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos.
e) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão-de-obra escrava.
35. (Mackenzie) Leia o texto:
"Os homens que combatem e morrem
pela Itália têm o ar, a luz e mais nada (...). Lutam e perecem para sustentar a
riqueza e o luxo de outro, mas embora sejam chamados senhores do mundo, não têm
um único torrão de terra que seja seu."
(Tibério Graco - Perry Anderson, Passagem da Antiguidade ao Feudalismo, pág. 60)
Os irmãos Tibério e Caio Graco,
Tribunos da Plebe romana, pretendiam:
a) limitar a área de terras públicas (Ager
Publicus) ocupadas por particulares e distribuir as mesmas aos cidadãos
pobres.
b) limitar a área de latifúndios e distribuir as
terras públicas aos Patrícios.
c) limitar o direito de cidadania romana aos
habitantes do Lácio, Etrúria e Sabínia.
d) limitar a excessiva expansão territorial
derivada de uma prolongada política de conquista e anexação de terras.
e) limitar a expropriação dos latifúndios e estabelecer propriedades coletivas.
36. (Mackenzie) As Guerras Púnicas,
conflitos entre Roma e Cartago, no século II a.C., foram motivadas:
a) pela disputa pelo controle do comércio no Mar
Negro e posse das colônias gregas.
b) pelo controle das regiões da Trácia e Macedônia
e o monopólio do comércio no Mediterrâneo.
c) pelo domínio da Sicília e disputa pelo controle
do comércio no Mar Mediterrâneo.
d) pela divisão do Império Romano entre os generais
romanos e a submissão de Siracusa a Cartago.
e) pelo conflito entre o mundo romano em expansão e o mundo bárbaro persa.
37. (Ufg) O governo da República romana
estava dividido em três corpos tão bem equilibrados em termos de direitos que
ninguém, mesmo sendo romano, poderia dizer, com certeza, se o governo era
aristocrático, democrático ou monárquico. Com efeito, a quem fixar a atenção no
poder dos cônsules a constituição romana parecerá monárquica; a quem fixá-la no
Senado ela mais parecerá aristocrática e a quem fixar no poder do povo ela
parecerá claramente democrática.
(POLÍBIOS. "Historia". Brasília: Ed. da UnB, 1985. Livro VI, 11. p. 333.)
Políbios descreve a estrutura política
da República romana (509-27 a. C.), idealizando o equilíbrio entre os poderes.
Não obstante, a prática política republicana caracterizou- se pela
a) organização de uma burocracia nomeada a partir
de critérios censitários, isto é, de acordo com os rendimentos.
b) manutenção do caráter oligárquico com a ordem
equestre dos "homens novos" assumindo cargos na administração e no
exército.
c) adoção da medida democrática de concessão da cidadania
romana a todos os homens livres das províncias conquistadas.
d) administração de caráter monárquico com o poder
das assembleias baseado no controle do exército e da plebe.
e) preservação do caráter aristocrático dos patrícios que controlaram o Senado, a Assembleia centuriata e as magistraturas.
38. (Ufrn) Sidônio Apolinário, aristocrata da Gália romana, escrevendo a um amigo, num período de grandes transformações culturais, assim se expressou:
O vosso amigo Eminêncio, honrado
senhor, entregou uma carta por vós ditada, admirável no estilo [...]. A língua
romana foi há muito tempo banida da Bélgica e do Reno; mas se o seu esplendor
sobreviveu de qualquer maneira, foi certamente convosco; a nossa jurisdição
entrou em decadência ao longo da fronteira, mas enquanto viverdes e
preservardes a vossa eloquência, a língua latina permanecerá inabalável. Ao
retribuir as vossas saudações o meu coração alegra-se dentro de mim por a nossa
cultura em desaparição ter deixado tais traços em vós [...].
Apud PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe.
"História da Idade Média:
textos e testemunhas". São Paulo: Editora UNESP, 2000. p. 42-43.
A opinião contida no fragmento da carta
está diretamente relacionada às
a) invasões dos territórios do Império Romano pelos
povos germânicos, provocando mudanças nas instituições imperiais.
b) influências da cultura grega sobre a latina após
a conquista da Grécia pelos romanos e sua anexação ao Império.
c) vitórias dos romanos sobre Cartago nas chamadas
Guerras Púnicas (264-146 a. C.), impondo a cultura do Império a todo o norte da
África.
d) crises que se abateram sobre o Império Romano depois do governo de Marco Aurélio (161-180 d. C.), quando o exército passou a controlar o poder.
39. (Ufv) A respeito das classes que
compunham a sociedade romana na Antiguidade, é CORRETO afirmar que:
a) os "plebeus" podiam casar-se com
membros das famílias patrícias, forma pela qual conseguiam quitar suas
pendências de terra e dinheiro, conseguindo assim certa ascensão social.
b) os "plebeus" compunham a classe
formada pelos camponeses, artesãos e alguns que conseguiam enriquecer-se por
meio do comércio, atividade que lhes era permitida.
c) os "clientes" eram estrangeiros
acolhidos pelos patrícios e transformados em escravos, quando sua conduta moral
não condizia com a de seus protetores.
d) os "patrícios" foram igualados aos
plebeus, durante a democracia romana, quando da revolta dos clientes, que
lutaram contra a exclusão social da qual eram vítimas.
e) os "escravos" por dívida eram o
resultado da transformação de qualquer romano em propriedade de outrem, o que
ocorria para todos que violassem a obrigação de pagar os impostos que
sustentavam o Estado expansionista.
40. (Unaerp) Na história de Roma, o
século III da era cristã é considerado o século das crises. Foi nesse período
que:
a) As tensões geradas pelas conquistas se
refletiram nas contendas políticas, criaram um clima de constantes agitações,
promovendo desordens nas cidades.
b) O exército entrou em crise e deixou de ser o
exército de cidadãos proprietários de terras.
c) O império romano começou a sofrer a terrível
crise do trabalho escravo, base principal de sua riqueza.
d) Os soldados perderam a confiança no Estado e
tornaram-se fiéis a seus generais partilhando com eles os espólios de
guerra.
e) Os conflitos pela posse da terra geraram a Guerra Civil.
41. (CPS 2011) Os combates de gladiadores surgiram no sul da Itália, chegaram a Roma no meio século III a.C. e foram oficializados pelo Senado, em 105 a.C. Inicialmente realizados durante as cerimônias fúnebres, pouco a pouco eles foram perdendo seu caráter sagrado e se transformaram em manifestações laicas, no início da era cristã. Apesar de escravos, os gladiadores eram esportistas de alto nível, pois cabia aos promotores das lutas oferecerem um espetáculo de qualidade. Esses combates representavam, para os gladiadores, cair nas graças da multidão, fato que os levava à fama.
Para conquistar o reconhecimento do povo, cidadãos importantes, desde líderes locais até o próprio imperador, ofereciam esses espetáculos ao público.
O governo de Otávio Augusto (30 a.C.-
14 d.C.), visando aumentar a popularidade e diminuir as revoltas dos pobres da
cidade de Roma, ampliou a “política do pão e circo”.
(Revista História Viva, ano V, nº 56. Adaptado)
Sobre esse momento da história romana,
é válido afirmar que
a) esses espetáculos públicos tinham um caráter
puramente religioso e evitavam as revoltas sociais, pois os romanos temiam
a ira de seus deuses.
b) a “política do pão e circo”, no fim da era
cristã, manteve o caráter sagrado dos combates de gladiadores, pois muitos
desses participantes ofereciam sua vida ao deus cristão.
c) a política do “pão e circo”, ampliada por Otávio
Augusto, pôs fim às desigualdades sociais entre patrícios e plebeus.
d) os combates entre gladiadores, promovidos nos
estádios, serviam para diminuir a insatisfação popular contra os
governantes.
e) as lutas de gladiadores surgiram no sul da Itália para pôr fim a revoltas sociais ocorridas no governo de Otávio Augusto, no século III a.C.
42. (Ufpr 2011) O cristianismo católico
tornou-se religião oficial do Império Romano no ano de 380 d.C., data da edição
do famoso édito de Tessalônica, outorgado pelo Imperador Teodósio. Desde a sua
criação até este momento, a caminhada foi dura e difícil para os seguidores de
Cristo. Exemplo disso foram as perseguições movidas por alguns imperadores
romanos, eternizadas pelos relatos fantásticos e emotivos de vários escritores
e historiadores cristãos.
Podemos apontar como principais causas
dessas perseguições:
a) O ódio e a intolerância tanto das autoridades
como da população pagã do mundo romano, que viam na figura de Cristo e na comunidade
cristã uma ameaça ao poder do Imperador.
b) A constante penetração de elementos cristãos
tanto nas filas do exército imperial romano como em cargos administrativos de
elevada importância, que poderiam servir de “mau exemplo” tanto em termos políticos
como ideológicos.
c) Aspectos de índole moral, na medida em que os
cristãos eram acusados pelos pagãos de realizarem orgias e assassinatos de
crianças em seus rituais.
d) A associação entre os cristãos e os inimigos
bárbaros que punha em risco a estabilidade política e religiosa interna do
mundo imperial romano.
e) A necessidade de oferecer à população de Roma “pão e circo”, com os cristãos sendo sacrificados na arena do Coliseu para minimizar a ameaça de revoltas populares contra as autoridades imperiais.
43. (Ufal 2007) Considere a ilustração.
Durante muitos séculos, os antigos
romanos divertiram-se com a atuação dos gladiadores nos chamados espetáculos
públicos, que utilizavam diferentes tipos de armas, permitidas pelas autoridades
de Roma, como as que podem ser observadas na ilustração. Esses gladiadores eram
recrutados, principalmente, entre
a) homens poderosos da plebe.
b) cidadãos da nobreza romana.
c) servos dos latifúndios estatais.
d) escravos das áreas dominadas.
e) heróis das conquistas romanas.
44. Na Roma Antiga, a expressão
"até tu Brutus?" foi atribuída a Júlio César que, de acordo com
fontes históricas, a teria proferido no momento de seu assassinato, em 44 a.C.
Nesse contexto da história de Roma, Júlio César tornou-se conhecido
porque
a) iniciou o processo de expansão romana,
desencadeando as chamadas guerras púnicas, por meio das quais Roma se converteu
em potência marítima.
b) criou o primeiro código escrito, denominado
"Leis das Doze Tábuas", que tratava de assuntos referentes ao Direito
Civil e ao Direito Penal.
c) adquiriu grandes poderes e privilégios
especiais, como os títulos de ditador perpétuo e de censor vitalício,
suscitando lutas políticas pelo poder, sobretudo no Senado Romano.
d) contribuiu, com as suas leis abolicionistas,
para crise geral do escravismo romano, que abalou as atividades agrícolas de
todo o Império Romano.
e) propôs à Assembleia Romana o seu projeto de reforma agrária, limitando a ocupação de terras públicas aos cidadãos romanos.
45. (Fuvest) "A história da
Antiguidade Clássica é a história das cidades, porém, de cidades baseadas na
propriedade da terra e na agricultura."
Em decorrência da frase de Marx, é
correto afirmar que
a) os comerciantes eram o setor urbano com maior
poder na Antiguidade, mas dependiam da produção agrícola.
b) o comércio e as manufaturas eram atividades
desconhecidas nas cidades em torno do Mediterrâneo.
c) as populações das cidades greco-romanas
dependiam da agricultura para a acumulação de riqueza monetária.
d) a sociedade urbana greco-romana se caracterizava
pela ausência de diferenças sociais.
e) os privilégios dos cidadãos das cidades gregas e
romanas se originavam da condição de proprietários rurais.
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