1.
(Fuvest-Ete 2023) A despeito de suas especificidades, as doutrinas de
Lutero e Calvino tinham pontos em comum, entre os quais se pode citar:
a)
Afirmação de que o ser humano já nasceu predestinado à salvação por uma
escolha de Deus.
b)
Rejeição de todos os sacramentos, exceto o batismo.
c)
Condenação da simonia, especialmente a venda de relíquias e
indulgências.
d)
Apoio aos movimentos camponeses que contestavam o regime de
servidão.
e) Aceitação da autoridade eclesiástica como mediadora entre Deus e os seres humanos.
2.
(Fgv 2023) O trono inglês teve suas primeiras rainhas
governantes no século XVI. Joana Grey foi deposta em nove dias. Maria I reinou
por cinco anos, sendo sucedida por Isabel l, que ocupou o trono por mais de 44
anos. O reinado de Maria I (1553-1558) foi marcado por muitas turbulências
políticas devido:
a)
Às tensões religiosas que dividiam a sociedade inglesa e por sua ligação
com o Catolicismo e com a monarquia espanhola, rival da Inglaterra.
b)
Ao seu projeto de centralização monárquica, revertendo a participação
que a nobreza havia alcançado durante o reinado de Henrique VIII.
c)
À sua proximidade com mercadores e banqueiros de origem judaica, que
afetava os interesses do Tribunal do Santo Ofício na Inglaterra.
d)
Ao seu projeto de colonização da América com o apoio dos puritanos e
calvinistas ingleses.
e) Às tentativas de reforma social, que afetariam os interesses da nobreza e do alto clero na Inglaterra.
3. (Unicentro 2023) Leia o texto a seguir.
Ontem,
a Igreja, instituindo uma ruptura social entre clérigos e fiéis, mantinha a
Escritura no estatuto de uma “Letra” supostamente independente de seus leitores
e, de fato, de posse dos seus exegetas: a autonomia do texto era a reprodução
das relações socioculturais no seio da instituição cujos pressupostos fixavam o
que se deveria ler na Escritura. Com o enfraquecimento da instituição, aparece
entre o texto e seus leitores a reciprocidade que ela escondia, como se, em se
retirando, ela permitisse ver a pluralidade indefinida das “escrituras”
produzidas por diversas leituras. A criatividade do leitor vai crescendo à
medida que vai decrescendo a instituição que a controlava. Este processo,
visível desde a Reforma, começa a inquietar os eclesiásticos.
(Adaptado de: CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 243-244.)
Com
base no texto e nos conhecimentos sobre Reforma Protestante e Contrarreforma,
assinale a alternativa correta.
a)
Apesar das tentativas de controle institucional realizadas pela Igreja
Católica sobre a leitura da Bíblia, a Reforma Protestante permitiu uma maior
disseminação do texto, considerando as condições históricas favoráveis.
b)
Após a Reforma Protestante, que pode ser interpretada parcialmente como
derivada de diferentes leituras da Bíblia, a Igreja Católica empreendeu uma
reação enérgica, acabando com o movimento encabeçado por Lutero e desmontando
os tribunais de inquisição.
c)
Além dos processos de tradução da Bíblia durante o contexto histórico do
Concílio Vaticano I, é possível destacar o papel desempenhado pela imprensa no
sentido de disseminar, em maior escala, o texto religioso e torná-lo
controlável pelo clero católico.
d)
A Reforma Protestante é um fenômeno histórico que demonstra que a
leitura é um processo controlado pelas instituições religiosas, sendo vedada ao
leitor a possibilidade de construir interpretações diferenciadas de um mesmo
texto.
e) Um dos componentes fundamentais da Reforma Protestante foi a tradução da Bíblia da língua vernácula para o latim, o que permitiu aos clérigos católicos controlar grupos religiosos dissidentes.
4.
(Uece 2023) A Reforma Protestante foi apenas uma das fases do
grande movimento conhecido como Reforma. A outra fase foi a Reforma Católica,
ou Contrarreforma, como é comumente conhecida. Sobre esses movimentos, pode-se
afirmar corretamente que
a)
o Concilio de Trento manteve a teoria da justificação pela fé, assim
como a primazia dos sacramentos da eucaristia e do batismo sobre todos os
outros sacramentos.
b)
a Reforma religiosa, impulsionada por Lutero e Calvino, contribuiu para
a desestruturação das relações sociais predominantes do feudalismo.
c)
a ordem dos Dominicanos foi responsável pelo fortalecimento do
catolicismo em muitos dos países em que atuaram.
d) o dogma da consubstanciação, da hierarquia do clero e do celibato clerical foram mantidos pela Reforma Católica.
5. (Fcmscsp 2023)
Antes de sua publicação em 1572, o poema Os
Lusíadas de Luís de Camões foi submetido à leitura e à censura de Frei
Bartolomeu Ferreira, membro da Santa Inquisição em Portugal.
Vi por mandado da Santa e Geral Inquisição esses
dez Cantos dos Lusíadas de Luís de Camões, dos valorosos feitos em armas que os
Portugueses fizeram em Ásia, e Europa, e não achei neles coisa alguma
escandalosa, nem contrária à fé e aos bons costumes [...]. O autor para
encarecer a dificuldade da navegação e entrada dos portugueses na Índia usa de
uma ficção dos Deuses dos Gentios. [...] Todavia, como isso é Poesia e
fingimento, o autor como poeta não pretende mais que ornar o efeito Poético,
não tivemos por inconveniente ver esta fábula dos Deuses na obra, conhecendo-a
por tal, e ficando sempre salva a verdade de nossa Santa fé, que todos os
deuses dos Gentios são Demônios.
(Luís de Camões. Os Lusíadas, 1572. Adaptado.)
Observando
a maneira como o poeta orna “o efeito Poético”, conclui-se que o poema
a)
ressuscita os ritos do paganismo greco-romano no período de vigência da
arte barroca da Europa Ocidental.
b)
procura demonstrar a superioridade da literatura portuguesa sobre os
modelos de inspiração da Antiguidade.
c)
sintetiza o mundo clássico com o monoteísmo cristão de acordo com os
padrões culturais do Renascimento.
d) denuncia a ausência de liberdade de expressão nas monarquias absolutistas da Idade Moderna.
e) exalta o pacifismo dos portugueses como expressão da mentalidade do teocentrismo medieval.
6. (Famerp 2022) Guinéus
e negros tomados pela força, outros legitimamente adquiridos por contrato de
compra foram trazidos ao reino, onde em grande número se converteram à fé
católica, o que esperamos progrida até a conversão do povo ou ao menos de
muitos mais. [...] Por isso nós, tudo pensando com devida ponderação, por
outras cartas nossas concedemos ao dito rei Afonso [de Portugal] a plena e
livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar, subjugar quaisquer
sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à
servidão e tudo aplicar em utilidade própria e dos seus descendentes.
(Apud: Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)
O excerto, extraído de uma bula emitida pelo Papa
Nicolau V em 1454, revela
a)
o interesse econômico da Igreja católica nos negócios do tráfico
atlântico de africanos escravizados.
b)
o repúdio da máxima autoridade da Igreja católica às formas de trabalho
servil e assalariado.
c)
a aliança político-militar entre o Papado e o reino de Portugal na
defesa da conquista europeia da África.
d)
o endosso oficial da Igreja católica à escravização de africanos, com a
finalidade de catequizá-los.
e) a tentativa de impedir a escravização dos nativos das colônias por meio do estímulo à escravização de africanos.
7. (Ufjf-pism 1 2022) “Torna-se
claro na leitura do Mayflower Compact
(acordo firmado pelos colonos a bordo do navio Mayflower, em 1620, que se tornaria base para a constituição do
primeiro sistema de governo em solo norte-americano), que a viagem ao Novo
Mundo, bem como o estabelecimento de um arranjo político para administrar o
empreendimento, era tarefa subordinada primeiramente a Deus e à fé cristã, e
apenas subsidiariamente ao poder secular do rei da Inglaterra. Segundo o texto
do acordo, a colônia seria fundada ‘para a glória de Deus e o avanço da fé
cristã, e a honra de nosso rei e nosso país’. Um sistema religioso (e um
propósito espiritual) precedia a ordem política.”
FONSECA, Carlos da. Deus está do nosso lado: excepcionalismo e religião nos EUA. Rio de Janeiro. Contexto Int. v. 29, n. 1, jun. 2007. p. 161.
Sobre a colonização da América Inglesa é CORRETO
afirmar que:
a)
O sistema religioso e o propósito espiritual que orientaram a formação
das 13 Colônias no território que hoje faz parte dos Estados Unidos eram,
respectivamente, o puritanismo e a missão de criar a nação mais excepcional do
mundo.
b)
A despeito dos interesses expressos no Mayflower Compact, o que vigorou nas 13 Colônias e mesmo após a
expansão para o Oeste foi uma colonização por exploração semelhante às
implementadas na América Portuguesa e na América Espanhola.
c)
As ideias expressas no Mayflower
Compact não produziram efeitos sobre os projetos expansionistas verificados
na expansão para o Oeste e na doutrina do Destino Manifesto, ficando restritas
à formação inicial das 13 Colônias.
d)
A adoção do sistema de plantation no conjunto das 13 Colônias foi
orientada pelo acordo entre as monarquias absolutistas europeias e a Igreja
Católica com vistas ao desenvolvimento de uma grande nação agrário-exportadora
e católica.
e) As ideias expressas no Mayflower Compact fizeram com que nas 13 Colônias apenas a mão de obra livre e assalariada fosse adotada, sendo a escravização de africanos restrita aos contextos da América Portuguesa e da América Espanhola.
8.
(Pucrj 2022) Considere o texto a seguir.
“Em
31 de outubro de 1517, na véspera do dia de Todos os Santos, Lutero fixou 95
Teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. [..] Em suas 95 teses,
Lutero questiona e critica a extensão do poder do Papa, manifestando-se contra
o comércio de indulgências, desencadeando questões de alcance religioso e
intelectual, que se refletiram nos modos de ser e pensar do homem moderno.”
Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/lutero-500-anos-da-reforma/as-95-teses. Acesso em: 3 set. 2021. Adaptado.
O
texto descreve
a)
o processo de separação entre a Igreja Católica do Ocidente e a do
Oriente, que resultou em uma ruptura na cristandade, da qual derivaram a Igreja
Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica Ortodoxa.
b)
o Renascimento, em que a contestação do domínio da religião cristã no
ocidente europeu tomou a forma de uma abordagem humanista, racionalista e
anticlerical.
c)
o movimento de autonomia dos Estados nacionais europeus, que se
tornariam independentes do controle ideológico e político do Papa e da Igreja
Católica do Ocidente.
d) o momento de ruptura que levou a uma perda do monopólio da Igreja Romana na interpretação da mensagem religiosa cristã no ocidente.
9.
(Ufpr 2022) Considerando os eventos da Reforma Protestante
(iniciada em 1517) e seus desdobramentos na Idade Moderna, uma concepção
religiosa reforçada pelos seguidores da Reforma em relação ao cristianismo
vigente na época foi a:
a)
exaltação da simonia, que almejava trazer os cristãos afastados para o
cotidiano da igreja.
b)
ênfase na justificação pela fé, que visava eliminar intermediários
humanos na relação com a divindade.
c)
importância do celibato, que intentava preservar o clero regular da
corrupção de bens religiosos.
d)
renovação das obras de caridade, que pretendia reforçar o engajamento
dos cristãos na vida social.
e) adoção da peregrinação, que procurava aproximar os fiéis de diferentes partes da Europa.
10.
(Fuvest-Ete 2022) Lutas envolvendo crenças religiosas frequentemente
resultavam em confronto armado, culminando na Guerra dos Trinta Anos de
1618-1648, que devastou as terras da Europa central. A orgia da destruição
mútua nesta guerra não deixou vencedores na luta religiosa, e a manipulação
cínica de questões religiosas tanto por líderes católicos quanto protestantes
mostrou que os interesses políticos eventualmente tinham mais peso que os
religiosos. A violência extrema do conflito religioso levou líderes e
pensadores políticos a procurar outros fundamentos, não religiosos, para a
autoridade governamental. Poucos argumentariam em favor da tolerância acerca de
diferenças religiosas, mas muitos começavam a insistir que os interesses de
Estado tinham de ter prioridade sobre os desejos de conformidade religiosa.
Traduzido de: HUNT, Lynn et alii. The making of the West: peoples and cultures. 3 ed. Boston / New York : Bedford / St. Martin's, 2010. p. 235-236.
Ao
afirmar que "os interesses políticos eventualmente tinham mais peso que os
religiosos", os autores do texto pressupõem que
a)
os episódios de violência entre católicos e protestantes, como a Noite
de São Bartolomeu, tinham motivações políticas e não religiosas.
b)
o protestantismo se constituiu como movimento antipolítico e
antimonarquista.
c)
um ambiente político de tolerância prevaleceu após o fim da Guerra dos
Trinta Anos.
d)
as disputas religiosas não exerceram influência sobre o pensamento
político moderno.
e) os conflitos motivados por fatores religiosos frequentemente se davam no contexto de disputas políticas.
11.
(Enem PPL 2021) O Barroco foi o estilo das formas dramáticas,
grandiosas e opulentas, voltado ao intenso decorativismo e caracterizado pela
exuberância dos dourados nas volutas e espirais. O Barroco exprimiu as incertezas
de uma época – a Idade Moderna – que oscilava entre velhos e novos valores. Foi
largamente utilizado pela Igreja da Contrarreforma como elemento de propaganda,
destinado a atrair as criaturas pela pompa e magnificência. Através do Barroco,
a Igreja compeliu Deus a vestir as mais suntuosas roupagens humanas,
reproduzindo o Céu em toda a sua magnificência, grandeza e esplendor,
extasiando e arrebatando os fiéis que frequentavam os templos.
LOPEZ, L. R. História do Brasil
colonial. Porto Alegre: Novo Século, 2001.
O
movimento estético-cultural no texto constitui-se historicamente em uma
resposta às
a)
contestações aos domínios espiritual e terreno exercidos pelo papado.
b)
oposições ao absolutismo monárquico como base do poder político.
c)
divisões da nobreza fortalecida pelas expansões marítima e comercial.
d)
críticas ao heliocentrismo como modelo de funcionamento do cosmos.
e) revoltas do campesinato oprimido pela multiplicidade de seitas religiosas.
12. (Pucpr Medicina 2020) A obra O Queijo e os Vermes, de Carlo Ginzburg, é um clássico da história das ideias. No livro, o autor resgata a trajetória de Menocchio, um moleiro da região do Friuli (nordeste da Itália) processado pela Inquisição no século XVI.
Leia o trecho da obra reproduzido abaixo e assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE as lacunas do texto, com base no contexto histórico abordado.
Ao folhear um dos volumes
manuscritos dos julgamentos, deparei-me com uma sentença extremamente longa.
Uma das acusações feitas a um réu era a de que ele sustentava que o mundo tinha
sua origem na putrefação. […] Em 1970 resolvi tentar entender o que aquela
declaração poderia ter significado para a pessoa que a formulara. […] Foi
possível rastrear o complicado relacionamento de Menocchio com a cultura
escrita, os livros que leu e o modo com o os leu. […] Em consequência uma
investigação que, no início, girava em torno de um indivíduo […] acabou
desembocando numa hipótese geral sobre a cultura popular – e, mais precisamente,
sobre a cultura camponesa – da Europa pré-industrial, numa era marcada pela
_____________________ e a ___________________.
GINZBURG, C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 12
a)
descoberta da pólvora; libertação de Jerusalém.
b)
queda de Roma; Primeira Cruzada.
c)
difusão da imprensa; Reforma protestante.
d)
Guerra Franco-Prussiana; invenção do telégrafo.
e) industrialização; servidão.
13.
(Uece 2019) Atente para o seguinte excerto:
“...A
partir de minhas pesquisas em Portugal, eis a lista dos “crimes” de 235
moradores da Bahia processados pela Santa Inquisição entre 1546 a 1821, data em
que é extinto este tribunal eclesiástico: judaísmo: 96; bigamia: 34; blasfêmia:
33; sodomia: 18; gentilismo: 12; luteranismo: 10; feitiçaria: 10; contra a Inquisição:
8; falsos padres: 6; irreligiosidade: 6; solicitação: 2”.
MOTT, L. Bahia: inquisição e sociedade [online]. Salvador: EDUFBA, 2010. p.24.
No
excerto acima, Luiz Mott apresenta um aspecto da história colonial brasileira
que corresponde
a)
ao forte controle estatal sobre a moralidade pública a partir da
realização de Tribunais de Inquisição, comandados por juízes laicos vindos de
Portugal.
b)
à atuação da Santa Inquisição Católica na tentativa de impedir o
crescimento de outras religiões e igrejas na colônia, garantindo seus dogmas e
o predomínio do seu modelo de sociedade.
c)
à busca da Coroa Portuguesa por um equilíbrio na sociedade colonial,
combatendo, através da Santa Inquisição, práticas discriminatórias e promovendo
a inclusão social.
d) ao apoio do Estado português às Igrejas Cristãs Reformadas instaladas na colônia portuguesa para que fizessem, através da Santa Inquisição, uma restauração moral na população colonial.
14. (Ueg 2018) Por ter tido educação protestante, nunca achei que 31 de outubro é o dia
das bruxas. Sempre foi o dia em que Lutero, em 1517, começou uma revolução.
LEITÃO, Míriam. Disponível em: <blogs.oglobo.com/miriam-leitao/post/os-500-anos-da-reforma-protestante-que-abalou-o-mundo.html>. Acesso em: 18 ago. 2017.
No ano de
2017, completam-se 500 anos da eclosão da Reforma Protestante. Do ponto de
vista histórico, a Reforma pode ser considerada uma revolução
a)
estética, pois foi a matriz ideológica da concepção
barroca de mundo que se manifestou nos países ibéricos.
b)
política, pois permitiu a centralização monárquica
absolutista, ao legitimar a tese do direito divino dos reis europeus.
c)
econômica, pois, com os puritanos, difundiu-se uma
nova mentalidade econômica que gerou o capitalismo.
d)
social, pois legitimou as aspirações
revolucionárias dos camponeses europeus na luta contra a aristocracia.
e) intelectual, pois foi difusora do pensamento científico iluminista por meio de intelectuais protestantes, como é o caso de Voltaire.
15. (Pucsp 2018) A Reforma Protestante, iniciada em 1517 com Lutero, espalhou-se pela
Europa nas décadas seguintes, alimentando revoltas sociais e conflitos políticos.
Entre os reformadores, Calvino mostrou-se mais radical em sua crítica ao
catolicismo por que
a)
negava qualquer tipo de autoridade religiosa, pois
afirmava a supremacia absoluta do indivíduo e da sua capacidade de, ao ler a
Bíblia, atingir a graça do conhecimento como caminho para a salvação.
b)
criticava as igrejas nacionais e as lideranças dos reis
nos cultos, entendendo que os fiéis atingiriam a salvação por meio de boas
obras como a conversão dos pecadores pela pregação da palavra de Deus.
c)
afirmava a predestinação absoluta dos eleitos de
Deus, reconhecíveis por sinais tais como uma vida simples e austera, a
frequência ao culto, o trabalho árduo e honesto, e o cuidado com a
família.
d) indicava que a salvação pela fé poderia ser conseguida também com o uso da razão, e que os fiéis que viveram uma vida santa e celibatária eram modelos a serem discutidos e ensinados nos seminários.
16. (Pucrs 2017) O Parlamento
Inglês, ao promulgar o chamado Ato de Supremacia (Act of Supremacy), em
1534, subordinou as leis da Igreja à soberania jurídica das leis civis,
concedendo ao Rei Henrique VIII o poder de “único chefe supremo da Igreja”.
O resultado do Ato de Supremacia
foi/foram:
a) a difusão do protestantismo calvinista,
principalmente pela Escócia.
b) o início do expansionismo inglês, constituindo
as bases do seu império colonial.
c) a centralização de poder, que esteve na base da
reforma anglicana.
d) a implantação do catolicismo, que gerou
repressão tanto dos reformistas quanto do parlamento inglês.
e) os conflitos entre o Rei e o Parlamento, pois o primeiro buscava restaurar antigos direitos feudais retirados da Magna Carta de 1215.
17. (Uece 2017) “Antes de chegar à
ilha, o rei Utopos tinha conhecimento de que seus habitantes lutavam
continuamente entre si por questões religiosas. De fato, concluiu que seria
fácil conquistar a ilha porque as diferentes seitas estavam demasiadamente
ocupadas, lutando umas contra outras, para se oporem às suas forças. Portanto,
tão logo conquistou a vitória, decretou que cada um era livre para professar a
religião de sua própria escolha, podendo fazer proselitismo por sua fé, desde
que fosse de forma racional, discreta e moderada, sem agredir outras crenças”.
MORE, Thomas. Utopia. trad. Anah de Melo Franco. Brasília: Editora da Universidade de Brasília: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 2004, p. 115.
Publicado em 1516, o clássico Utopia,
do inglês Thomas More ou Thomas Morus, reflete a visão do autor sobre várias
questões de sua época. Quanto às questões religiosas, tratadas no excerto
acima, o livro é bastante significativo de sua época, porque
a) na Europa, apenas uma Igreja existiu no século
XVI, a Igreja Católica Romana, portanto essa postura hipotética seria ideal
apenas para lugares com várias correntes religiosas.
b) na Inglaterra, a criação de uma igreja nacional
— o anglicanismo — provocou profundos choques e perseguições aos cristãos
católicos e calvinistas pela nova igreja fundada pelo rei Henrique VIII.
c) estabeleceu um modelo de comportamento que foi
plenamente aceito na Europa quando surgiram as igrejas protestantes, o que
impediu, posteriormente, os conflitos entre as crenças cristãs.
d) definiu uma forma de interação entre diferentes religiões, apaziguando os conflitos entre cristãos, judeus e muçulmanos no oriente médio até os dias atuais.
18. (Fgv 2017) Leia trechos do Manifesto dos camponeses, documento de 1525.
(...) nos sejam dados poder e autoridade, para que
cada comunidade possa eleger o seu pastor e, da mesma forma, possa demiti-lo,
caso se porte indevidamente.
(...) somos prejudicados ainda pelos nossos
senhores, que se apoderaram de todas as florestas. Se o pobre precisa de lenha
ou madeira tem que pagar o dobro por ela.
(...) preocupam-nos os serviços que somos obrigados
a prestar e que aumentam dia a dia (...)
In Antologia humanística alemã,
apud Marques e outros. História moderna através de textos, 2010.
A partir do documento, é correto
afirmar que, no território da atual Alemanha,
a) os movimentos camponeses foram liderados por
Lutero contra a exploração feita pelos nobres que, de forma ilegal,
apropriavam-se das florestas e reprimiam violentamente os movimentos
trabalhistas.
b) os movimentos dos trabalhadores em favor das
mudanças propostas por Lutero baseavam-se na solidariedade entre os homens e em
contraposição ao individualismo tão característico da Idade Média.
c) a liderança dos movimentos camponeses defendeu a
exploração dos trabalhadores, na Alemanha, apoiada por Lutero, e, juntos,
receberam proteção dos nobres locais contra a perseguição feita pela Igreja
Católica.
d) as revoltas camponesas irromperam exigindo
reformas sociais e religiosas que prejudicariam parte da nobreza apoiada por
Lutero, o qual se colocou abertamente contra os movimentos.
e) as experiências dos camponeses contra os nobres, apoiados por Lutero, restringiram-se aos aspectos religiosos, isto é, de domínio da Igreja Católica, pois a cooperação entre os trabalhadores e os proprietários marcava a sociedade alemã.
19. (Uel) Analise a figura a seguir.
Com base na figura e nos conhecimentos
sobre a Modernidade, é correto afirmar que a pintura:
a) Representa, com ironia, as disputas religiosas
entre católicos e protestantes, desencadeadas pela Reforma Luterana.
b) Registra o descontentamento e a revolta dos
camponeses germânicos com a opressão servil imposta pela Igreja Católica.
c) Apresenta, com realismo, os movimentos heréticos
que contestavam a Igreja e pregavam o desapego aos bens materiais.
d) Representa a indignação dos intelectuais ligados
à Igreja Católica, os quais, sob a influência do Humanismo, acusavam o alto
clero de práticas imorais.
e) Registra uma cena cotidiana de atividades industriais realizadas no centro dos pequenos burgos europeus em crescimento.
20. (Unesp 2016) As reformas
protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores, reagiam contra
a) a venda de indulgências e a autoridade do Papa,
líder supremo da Igreja Católica.
b) a valorização, pela Igreja Católica, das
atividades mercantis, do lucro e da ascensão da burguesia.
c) o pensamento humanista e permitiram uma ampla
revisão administrativa e doutrinária da Igreja Católica.
d) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela
Igreja Católica na América e na Ásia.
e) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica
21. (Espcex (Aman) 2016) Com
relação às Reformas Religiosas ocorridas na Europa no século XVI, podemos
afirmar que
a) foram reflexo de disputas políticas entre os
jesuítas e o papa.
b) tinham o objetivo de estabelecer a venda de
indulgências para os pecadores.
c) permitiram à Igreja Católica uma total hegemonia
religiosa na Alemanha.
d) só foram possíveis graças às decisões adotadas
no Concílio de Trento.
e) na Inglaterra foram promovidas pelo rei Henrique VIII.
22. (Fgv 2016) Em um dos diálogos da peça intitulada Henrique VIII, de William Shakespeare, encenada em 1613, a rainha católica Catarina, primeira esposa do rei, desabafava:
Mesmo aqui poderemos falar, pois, em consciência,
até hoje nada fiz que não pudesse revelar francamente em qualquer parte.
Prouvera ao céu que todas as mulheres pudessem declarar a mesma coisa com igual
liberdade. Meus senhores, uma felicidade sempre tive: isso de não ligar nunca
importância ao fato de meus gestos comentados serem por toda a gente, de
ficarem sob a vista de todos, e como alvo dos ataques da inveja e da calúnia,
tão certa me acho de ter vida limpa. Se vindes para examinar a minha conduta
como esposa, sede francos. Sempre a verdade ama linguagem rude.
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/oitavo.html
O monarca Henrique VIII governou a
Inglaterra entre 1509 e 1547. Durante esse turbulento período,
a) o catolicismo foi consolidado na Inglaterra, por
ação direta do rei, que se manteve aliado a Roma contra os monarcas ibéricos.
b) a liberdade de culto foi implementada,
favorecendo a constituição de diversos grupos religiosos após a Reforma
Protestante.
c) o casamento civil, desvinculado da cerimônia
religiosa, foi estabelecido como alternativa para os diversos matrimônios do
rei.
d) uma nova religião se formou, marcada por uma
estrutura sacerdotal ligada diretamente ao Estado inglês e aos interesses do
rei.
e) medidas legais foram criadas para impedir as mulheres de participarem da linha sucessória na monarquia inglesa.
23. (Upe-ssa 1 2016)
Essa é a capa do livro Sobre judeus e suas mentiras, escrito, em 1543, pelo líder da Reforma Protestante, Martinho Lutero. Perto de completar 500 anos, essa reforma tem sido revista pela historiografia contemporânea.
A relação de Lutero com os judeus foi
caracterizada pela
a) miscigenação com essa comunidade.
b) tolerância, respeito mútuo e boa convivência.
c) ampliação das relações sociais e comerciais.
d) assimilação cultural de toda essa comunidade.
e) intolerância e perseguição com base num forte antijudaísmo.
24. (Unesp 2015) A imagem reproduz um auto de fé.
Essas cerimônias
a) ocorreram em todos os países da Europa e nas
regiões colonizadas por portugueses e espanhóis.
b) permitiram a difusão do catolicismo e tiveram
papel determinante na erradicação do protestantismo na Europa central.
c) eram conduzidas por autoridades leigas, pois a
Igreja Católica não tinha vínculo com a perseguição e a punição dos hereges.
d) tinham caráter exemplar, expondo publicamente os
réus forçados a pedir perdão, antes de serem encaminhados para a execução.
e) visavam a executar os judeus e islâmicos, não atingindo protestantes nem católicos romanos ou ortodoxos.
25. (Imed 2015) A Reforma
Protestante é resultado de transformações socioeconômicas e políticas que
vinham ocorrendo na Europa Ocidental, dentre elas:
I. O desenvolvimento da burguesia.
II. O crescimento das relações de produção
capitalistas.
III. O fortalecimento do Estado Nacional absolutista.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
26. (Mackenzie) As
transformações religiosas do século XVI, comumente conhecidas pelo nome de
Reforma Protestante, representaram no campo espiritual o que foi o Renascimento
no plano cultural; um ajustamento de ideias e valores às transformações
socioeconômicas da Europa.
Dentre seus principais
reflexos, destacam-se:
a) a expansão da educação escolástica e
do poder político do papado devido à extrema importância atribuída à Bíblia.
b) o rompimento da unidade cristã,
expansão das práticas capitalistas e fortalecimento do poder das monarquias.
c) a diminuição da intolerância
religiosa e fim das guerras provocadas por pretextos religiosos.
d) a proibição da venda de
indulgências, término do índex e o fim do princípio da salvação pela fé e boas
obras na Europa.
e) a criação pela igreja protestante da Companhia de Jesus em moldes militares para monopolizar o ensino na América do Norte.
27.(Puccamp) No início da Época Moderna
pode-se relacionar a Reforma Protestante, nos campos político e cultural,
respectivamente,
a) à fragmentação do poder temporal na
Inglaterra e à disseminação do racionalismo.
b) ao enfraquecimento do poder central
no Santo Império e à divulgação da língua alemã, a partir da tradução da
Bíblia.
c) ao surgimento do poder de origem
divina na França e ao progresso científico.
d) ao desaparecimento do poder
absolutista e à valorização do individualismo, na Espanha.
e) à expansão do poder feudal e ao
desenvolvimento da estética barroca na pintura e na escultura, na Itália.
28. (Mackenzie) O Rei Henrique VIII,
aclamado defensor da fé pela Igreja Católica, rompeu com o Papa Clemente VII em
1534, por:
a) opor-se ao Ato de Supremacia que
submetia a Igreja Anglicana à autoridade do Papa.
b) rever todos os dogmas da Igreja
Católica, incluindo a indissolubilidade do sagrado matrimônio, através do Ato
dos Seis Artigos.
c) aceitar as 95 teses de Martinho
Lutero, que denunciavam as irregularidades da Igreja Católica.
d) ambicionar assumir as terras e as
riquezas da Igreja Católica e enfraquecer sua influência na Inglaterra.
e) defender que o trabalho e a acumulação de capital são manifestações da predestinação à salvação eterna como professava Santo Agostinho.
29. (Uel) Dentre os fatores que
contribuíram para a difusão do Movimento Reformista Protestante, no início do
século XVI, destaca-se
a) o cerceamento da liberdade de
crítica provocado pelo Renascimento Cultural.
b) o declínio do particularismo urbano
que veio a favorecer o aparecimento das Universidades.
c) o abuso político cometido pela
Companhia de Jesus.
d) o conflito político observado tanto
na Alemanha como na França.
e) a inadequação das teorias religiosas católicas para com o progresso do capitalismo comercial.
30. (Unirio) No século XVI, diversos
movimentos reformistas de caráter religioso eclodiram na Europa. Sobre esses
movimentos é correto afirmar que o:
a) Humanismo foi o primeiro movimento
reformista que criticou os abusos contidos nas práticas da Igreja Católica,
propondo a submissão do Papa ao poder secular dos imperadores e reis.
b) Luteranismo difundiu-se rapidamente
entre os segmentos servis da Alemanha e das regiões nórdicas, pois pregava a
insubordinação e a luta armada dos camponeses contra a nobreza senhorial e o
clero, aliados políticos nessas regiões.
c) Calvinismo significou um
recrudescimento das concepções e práticas reformistas, pois criticou os valores
burgueses através da condenação do empréstimo de dinheiro a juros e do trabalho
manual.
d) Anglicanismo reforçou a autoridade
do Vaticano na Inglaterra com a promulgação do Ato de Supremacia, por Henrique
VIII, que devolveu os bens e as propriedades do clero católico confiscados pela
nobreza inglesa.
e) Concílio de Trento marcou a reação da Igreja à difusão do Protestantismo, reafirmando os dogmas católicos e fortalecendo os instrumentos de poder do papado, tais como o Tribunal do Santo Ofício e a criação do índice de Livros Proibidos.
31. (Unirio) "Deus chama cada um
para uma vocação particular cujo objetivo é a glorificação dele mesmo. O comerciante
que busca o lucro, pelas qualidades que o sucesso econômico exige: o trabalho,
a sobriedade, a ordem, responde também ao chamado de Deus, santificando de seu
lado o mundo pelo esforço, e sua ação é santa."
(João Calvino. In: Mousnier, Roland. História Geral das Civilizações. Os séculos XVI e XVII: os processos da civilização europeia. SP: Difel, 1973, p. 90, tomo IV, v. 1.)
A opção que correlaciona a citação
acima com o contexto da reforma protestante, no século XVI, que pregava
mudanças no cristianismo e na ação da igreja católica é o
a) calvinismo, a condenação da doutrina
da predestinação absoluta formulada pelo pensamento tomista medieval.
b) anglicanismo, a supressão do clero e
dos sacramentos na vida religiosa como forma de enfraquecimento do papado.
c) luteranismo e no calvinismo, a
pregação teológica de submissão do Estado à Igreja reformada.
d) luteranismo, a defesa do princípio
da salvação do homem pela fé sem a necessidade de intermediação da Igreja e da
realização de obras pias.
e) anglicanismo e no luteranismo, a substituição do latim pelo alemão nos cultos religiosos.
32. (Uerj) O texto a seguir se refere ao período do início da transição do feudalismo para o capitalismo.
A expansão navegadora que decorreu do
desenvolvimento mercantil ao fim do medievalismo é contemporânea da cisão
religiosa definida com a Reforma. Como aquela expansão foi capitaneada pelas
nações católicas, "colonização" e catequese religiosa confundiram-se.
SODRÉ, N. W. "Síntese de História da Cultura Brasileira". Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. 19. ed., p.15.
A articulação entre catequese e
colonização na América acima descrita pode ser entendida
a) pelo interesse do colonizador
europeu em conquistar a confiança do ameríndio, conhecedor dos caminhos que
levaram às minas de metais preciosos existentes em toda a região continental
americana.
b) como uma preocupação quanto ao risco
de influência das religiões dos africanos, trazidos à América para o trabalho
escravo, sobre os ameríndios, afastando-os da "verdadeira" religião
(cristã).
c) pela busca da melhoria do trabalho
do ameríndio através da influência de uma cultura superior (a europeia), o que
garantiria uma possibilidade de ascensão social do indígena a médio ou longo
prazo.
d) como resultado de um conflito entre
Igreja Católica e os governantes dos Estados Modernos europeus, todos em busca
de afirmação política e econômica, apresentando assim antagonismos
inconciliáveis.
e) pela fusão de interesses nem sempre
pacíficos dos Estados colonizadores e da Igreja Católica visando, entre outros
objetivos, à maior exploração do "gentio" e seu afastamento da
pregação reformista.
33. (Mackenzie) "É preciso ensinar
aos cristãos que aquele que dá aos pobres, ou empresta a quem está necessitado,
faz melhor do que se comprasse indulgências".
(Martinho Lutero)
As Indulgências eram:
a) documentos de compra e venda de
cargos e títulos eclesiásticos a qualquer pessoa que os desejasse.
b) cartas que permitiam a negociação de
relíquias sagradas, usadas por Cristo, Maria ou Santos.
c) dispensas, isenções de algumas
regras da Igreja Católica ou de votos feitos anteriormente pelos fiéis.
d) proibições de receber o dízimo
oferecido pelos fiéis e incentivo à prática da usura pelo alto clero.
e) absolvições dos pecados de vivos e
mortos, concedidas através de cartas vendidas aos fiéis.
34. (Pucsp) A doutrina calvinista estabelecia para seus adeptos uma vida regrada, disciplinada, dedicada ao trabalho, afastada do ócio, dos vícios e da ostentação. Esse código de conduta levou alguns autores a considerar esses princípios do calvinismo como fatores que favoreceriam o processo de acumulação capitalista. Dentro dessa doutrina, apoiada numa interpretação particular da noção de onisciência divina, conformar-se a esse ideal de conduta não seria o caminho para a salvação, mas seus resultados visíveis - o sucesso material - dariam ao eleito a confirmação do estado de graça.
Esse código de conduta fundamentava-se
no princípio doutrinário que pregava
a) a justificação pela fé, ou seja, a
fé como meio de obtenção da graça e da salvação.
b) a predestinação à salvação, ou seja,
a ideia de que alguns já nascem escolhidos por Deus para serem salvos, estado
impossível de ser modificado, passível, apenas, de ser reconhecido pelos
"sinais" presentes na vida dos "eleitos".
c) a salvação pelas obras, ou seja, a
redenção por um ato voluntário do indivíduo, que deveria cumprir os mandamentos
divinos, praticar a caridade, intensificar orações e peregrinações.
d) a vocação missionária e a opção
pelos pobres, ou seja, a missão de pregar o evangelho e difundir a doutrina
especialmente entre aqueles que se achavam destituídos das riquezas terrenas.
e) a valorização do ascetismo, a flagelação do corpo e a negação da posse de riquezas materiais como meios de alcançar a graça divina, afastando da mente e da alma aquilo que seria considerado "tentação da carne".
35. (Pucpr) As Guerras Civis Religiosas
do século XVI na França favoreceram o fortalecimento do poder absoluto dos
monarcas da dinastia Bourbon, que reinaram do século XVI ao XVIII e parte do
XIX. Assinale a única alternativa errada no que se refere ao absolutismo real
na França:
a) Luís XIII, filho de Henrique IV e
Maria de Médicis, teve longo reinado, sendo muito ajudado pela hábil política
do Cardeal Richelieu.
b) Luís XIV marcou o auge do
absolutismo real, mandou construir o suntuoso Palácio de Versalhes e continuou,
através de Colbert, a aplicar o mercantilismo no plano econômico.
c) Na Guerra dos Sete Anos (1756-1763),
sob o rei Luís XV, a França vitoriosa tomou aos ingleses partes da Índia e, na
América, a enorme região da Louisiana.
d) Na Guerra de Sucessão da Espanha
(1701-1713), França e Espanha lutaram contra uma coligação europeia. Os tratados
de Utrecht e Rastadt definiram a paz. A França perdeu para a Inglaterra a Terra
Nova e Acádia e a Espanha perdeu Gibraltar, ainda em poder daquela potência
insular.
e) Henrique IV fundou a dinastia de
Bourbon e pacificou a França, tendo os protestantes (huguenotes) alcançado
liberdade de culto e o domínio sobre várias cidades fortificadas, nos termos do
Edito de Nantes (1598).
36. (Uece 2014) Era costume submeter o
acusado de cometer um crime a um perigo, para ver se era ou não culpado. Por
exemplo, colocar sua mão em água fervendo, ou fazê-lo segurar um ferro em brasa
dentre outras atrocidades. Acreditava-se que, se inocente, Deus produziria um
milagre, não deixando que algum mal acontecesse ao presumível culpado.
A Igreja Católica lutou contra e
procurou extinguir esse costume que era
a) herança do Direito Romano, no qual
os acusados não tinham direito a uma defesa baseada em fatos fundamentados.
b) uma prática originária dos primeiros
cristãos que, apoiados pela Igreja Católica, acreditavam na intervenção divina
como única forma de justiça.
c) proveniente da tradição bárbara dos
povos germânicos, que tinham uma cultura monoteísta desde antes da chegada do
cristianismo na Europa.
d) uma tradição que, mesmo rejeitada pela Igreja Católica, perdurou na Europa e em outras regiões do mundo até mesmo depois da Idade Média.
37. (UTFPR 2014) O processo de
transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas na Europa no final da
Idade Média culminou no século XVI com a grande revolução espiritual da
sociedade europeia, caracterizada por um amplo movimento de contestação à
autoridade do clero e do poder material da Igreja de Roma. Esse movimento
identificado como Reforma Protestante criticava também a prática da simonia que
era:
a) a atitude mundana do alto clero que
usava os recursos da Igreja em benefício próprio.
b) a herança de uma prática medieval,
por parte do clero, que valorizava a administração das terras em prejuízo das
questões espirituais.
c) o comércio dos bens sagrados, como
cargos eclesiásticos e as indulgências (perdão dos pecados).
d) a prática do alto clero em
acompanhar os reis nas batalhas em troca de bens, como terras e títulos.
e) o costume de o baixo clero abandonar temporariamente suas funções espirituais para se dedicar às guerras em troca de dinheiro.
38. (Ufrgs 2014) Em 1648, foi
celebrada a Paz de Vestfália, um conjunto de tratados que encerrava a Guerra
dos Trinta Anos e, como consequência, o período de guerras religiosas
europeias, causadas pela Reforma Protestante.
Entre os principais efeitos da Paz,
pode-se citar
a) a unificação política do Sacro
Império Romano Germânico e o surgimento do Estado-nação alemão.
b) o reconhecimento da soberania
nacional como elemento lapidar das relações internacionais entre os diferentes
Estados europeus.
c) a supressão do luteranismo do Sacro
Império Romano Germânico e o reconhecimento do catolicismo e do calvinismo como
únicas religiões permitidas nos Estados alemães.
d) a ascensão da Casa dos Habsburgo
como a mais poderosa das dinastias reais europeias.
e) a subjugação completa da Revolta Holandesa contra a Espanha e a anexação dos Países Baixos ao Império Espanhol.
39. (Cesgranrio) Os movimentos reformistas religiosos que surgiram na Europa
moderna, entre os séculos XV e XVI, variaram em seus fundamentos e prática
frente aos dogmas religiosos instituídos pela Igreja Católica. Marque a opção
que relaciona corretamente um desses movimentos reformistas com seu fundamento
doutrinário.
a) O humanismo defendeu a extinção do
Papado como necessária para o desenvolvimento de uma nova religião baseada na
tolerância e no respeito às crenças religiosas individuais.
b) O luteranismo condenou a doutrina da
predestinação e a livre interpretação das escrituras sagradas.
c) O calvinismo, em sua concepção
moral, valorizou o trabalho e justificou o lucro, formulando uma doutrina que
correspondia às necessidades de uma moral burguesa.
d) O anglicanismo instituiu uma
doutrina protestante, cuja hierarquia eclesiástica subordinava o poder temporal
dos monarcas à autoridade divina dos Papas.
e) O Concílio de Trento promoveu uma reformulação dos dogmas religiosos católicos, disciplinando o clero e restringindo sua autoridade aos assuntos ligados à fé cristã.
40. (Fuvest) "Depois que a Bíblia foi traduzida para o inglês, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga, capaz de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus onipotente e que entendiam o que Ele dizia".
Esse comentário de Thomas Hobbes
(1588-1679)
a) ironiza uma das consequências da
Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização dos fiéis.
b) alude à atitude do papado, o qual,
por causa da Reforma, instou os leigos a que não deixassem de ler a Bíblia.
c) elogia a decisão dos reis Carlos I e
Jaime I, ao permitir que seus súditos escolhessem entre as várias igrejas.
d) ressalta o papel positivo da
liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico.
e) critica a diminuição da
religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas igrejas
protestantes.
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